Vai ter festa nos quartéis em 31 de março?
Aproxima-se o aniversário de 60 anos do golpe de 1964; comandante do Exército tem garantido que não haverá ordem do dia para marcar data
Após o governo Jair Bolsonaro, todo 31 de março virou motivo de tensão, mas o deste ano é especial. Em 2024, o golpe militar de 1964 completa exatos 60 anos. Vai haver festa nos quartéis? O comandante do Exército, general Tomás Paiva (foto), garante que não, informa a Folha de S.Paulo.
“Comandante do Exército, o general Tomás Paiva tem dito a interlocutores nos últimos dias que não haverá ordem do dia nos quartéis em 31 de março, aniversário de 60 anos do golpe de 1964. Ele tem deixado claro também que quem contrariar a diretriz e estiver na ativa será punido”, diz o jornal.
Segundo a Folha, o governo Lula confia em um 31 de março tranquilo como o do ano passado, quando os militares atenderam à determinação do ministro da Defesa, José Múcio, e não celebraram a data. Para que não haja desconforto, contudo, é preciso combinar também com o PT.
E o PT?
O PT e a Fundação Perseu Abramo preparam debates, exposições, lançamento de livros e um documentário para marcar os 60 anos do golpe. Múcio também já entrou na área para tentar amenizar a possibilidade de atrito.
Como mostrou Crusoé, embora tenham sido fiéis à democracia no momento em que muitos pediram que apoiassem um golpe de Estado, as Forças Armadas abrigam oficiais que desejavam uma ruptura e não nutrem simpatia nenhuma pelo PT.
Uma questão de verba
Além disso, durante o governo Jair Bolsonaro, os militares tiveram seus interesses generosamente contemplados no Orçamento federal e ganharam milhares de cargos usualmente ocupados por civis na máquina pública.
Para entrar no jogo de Lula, os militares precisaram ser agraciados com verbas bilionárias e com a garantia de que não terão seus interesses questionados.
O incômodo é latente, e a aproximação de uma efeméride como os 60 anos do golpe militar deixa isso ainda mais evidente.
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