Uma carta para Moraes da mulher que pichou a estátua
"Me arrependo deste ato amargamente, pois causou separação entre mim e meus filhinhos", escreveu Débora Rodrigues dos Santos

A cabelereira Débora Rodrigues dos Santos, que pichou com batom uma estátua do Supremo Tribunal Federal (STF) durante os atos do 8 de janeiro, reconheceu seu erro em uma carta enviada ao ministro Alexandre de Moraes, segundo revelou O Globo.
No texto, escrito à mão em outubro do ano passado, Débora afirmou ter terminado de pintar a frase ‘Perdeu, Mané’ que, segundo ela, havia sido iniciada por um homem desconhecido. A cabelereira classificou o próprio ato como “desprezível” e disse ter se arrependido “amargamente”.
“Por isso, no calor do momento, cheguei a cometer aquele ato tão desprezível (pichar a estátua). Posso assegurar que não foi nada premeditado, foi no calor do momento e sem raciocinar.
Quando eu estava próximo à estátua, um homem pelo qual eu jamais vi, começou a escrever a frase e pediu para que eu a terminasse pois sua letra era ilegível. Talvez tenha me faltado malícia para rejeitar o “convite”, o que não justifica minha atitude.
Me arrependo deste ato amargamente, pois causou separação entre eu (sic) e meus filhinhos”, diz trecho.
Fux promete rever pena
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que pretende votar uma pena menor do que a imposta por Alexandre de Moraes para a cabelereira Débora dos Santos, após pedir vista do processo.
“Eu vou fazer uma revisão dessa dosimetria. Porque se a dosimetria é inaugurada pelo legislador, a fixação da pena é do magistrado. E o magistrado o faz à luz da sua sensibilidade, do seu sentimento em relação a cada caso concreto. E o ministro Alexandre, com seu trabalho, ele explicitou a conduta de cada uma das pessoas. E eu confesso que, em determinadas ocasiões, me deparo com uma pena exacerbada. E foi por essa razão que eu pedi vista, ministro Alexandre, dando uma satisfação a vossa excelência, desse caso”, afirmou Fux na sessão em que o STF tornou Jair Bolsonaro réu por trama golpista.
Nesta semana, Moraes votou para condenar a mulher por 14 anos e pagamento de multa de R$ 30 milhões pelos crimes de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito; tentativa de golpe de Estado; organização criminosa armada; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado.
Leia mais: “Moraes, sobre 8 de janeiro: “Nenhuma Bíblia e nenhum batom é visto nesse momento”
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Comentários (3)
ger
27.03.2025 17:45Só uma dúvida: Dominar território e a comunidade que lá vive (milhares de pessoas), por meio armado, impondo suas leis, restringindo o acesso de pessoas e veículos, cobrando tributos etc. - Não seria incorrer nos crimes de: Organização criminosa armada; Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; Golpe de Estado; Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima.... E, em sendo o caso, haveria um juiz com disposição para encarar estes "outros" meliantes com a mesma disposição que temos para outros crimes?
Angelo Sanchez
27.03.2025 17:26Débora Rodrigues dos Santos, próxima Deputada Federal.
Marcia Elizabeth Brunetti
27.03.2025 10:04Que merece punição merece, mas para reeducação. Acho que este objetivo já foi até cumprido, mas tudo bem, que fique mais um pouco. Acho que essa pobre infeliz não vai mais fazer nada por mito nenhum. Isso deve estar passando pela cabeça de muitos desses outros ignorantes. Quero mesmo é ver os cabeças dessa fúria. Que Bozo e seus comparsas tenham muito tempo na prisão. Esse não são pobres ignorantes.