Um dia decisivo para Mauro Cid
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro presta depoimento ao ministro do STF Alexandre de Moraes para explicar possíveis omissões em colaborações
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Cid presta nesta quinta-feira, 21, depoimento ao ministro do STF Alexandre de Moraes e ao delegado da Polícia Federal Fábio Shor para explicar por qual motivo ele não mencionou, em sua delação premiada, que houve um suposto plano para “neutralizar” o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e Moraes.
A oitiva está marcada para às 14h.
Como mostramos, a PF relatou omissões e contradições no depoimento prestado por Cid nesta terça-feira. A corporação defende a anulação dos benefícios da delação premiada firmada pelo tenente-coronel em setembro do ano passado.
A Polícia Federal iniciou uma investigação para apurar se, de fato, Cid mentiu ou omitiu informações consideradas essenciais nas investigações sobre a tentativa de se instituir um golpe de Estado no Brasil. Para os investigadores, não há dúvidas que Cid tentou proteger alguma pessoa envolvida no estratagema: a dúvida, no entanto, é saber quem.
Durante o depoimento prestado na terça, Cid negou ter conhecimento do plano desencadeado por integrantes do Batalhão de Missões Especiais do Exército – chamados “kids pretos” – para neutralizar Lula, Alckmin e Moraes.
Quando começaram as suspeitas sobre a conduta de Mauro Cid?
As suspeitas contra Cid ocorreram após a PF conseguir recuperar várias informações do celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro ao longo deste ano. O recolhimento de dados ocorreu após o aparelho ser escaneado por um equipamento de investigação israelense.
Foi graças a esse equipamento que a PF descobriu, em setembro, que militares como o então chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República general de brigada Mário Fernandes monitoraram as rotinas de Lula e de Alexandre de Moraes.
O depoimento de Cid desta terça-feira já estava previsto, mas com o desencadeamento da Operação Contragolpe a oitiva ganhou novos contornos. Como adiantamos, os investigadores poderiam mudar de ideia em relação ao um eventual pedido de cancelamento da delação apenas se Mauro Cid apresentasse uma justificativa plausível para essas omissões consideradas graves.
Mauro Cid foi preso em maio de 2023 e permaneceu sob custódia do Batalhão do Exército até setembro do ano passado. Na ocasião, Cid confirmou que Jair Bolsonaro participou de uma reunião com a cúpula das Forças Armadas para discutir detalhes de um suposto golpe. Na visão dos investigadores, no entanto, isso pode ter sido apenas ‘a ponta do iceberg’.
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