Troca de mensagens mostra atuação conjunta de Baldy e primo: ‘Cuidando do trabalho braçal’
Mensagens obtidas pela Lava Jato do Rio em celulares de investigados na Operação Dardanários indicam que Alexandre Baldy e o primo Rodrigo Dias agiam juntos na cobrança de propinas. Mas havia divisão de tarefas: “Só estou cuidando do trabalho braçal”, disse Dias...
Mensagens obtidas pela Lava Jato do Rio em celulares de investigados na Operação Dardanários indicam que Alexandre Baldy e o primo Rodrigo Dias agiam juntos na cobrança de propinas.
Mas havia divisão de tarefas: “Só estou cuidando do trabalho braçal”, disse Dias a Edson Giorno em 23 de abril de 2014.
As mensagens foram trocadas para que os dois resolvessem um “desentendimento” entre os gestores da organização social Pró-Saúde e Baldy.
Os gestores da empresa precisavam que Baldy, na época secretário de Comércio de Goiás, liberasse o pagamento para a Pró-Saúde pela administração de um hospital.
Rodrigo Dias, então, disse a Giorno:
“Acho q esta tendo algum desentendimento entre nos e precisamos esclarecer… A pedido do Alexandre estive com o Ricardo [Brasil, um dos gestores da Pró-Saúde]… falamos e nao estamos querendo passar na frente ou ppr cima de ngm. Estamos todos juntos. Apenas correndo. Fique tranquilo pq vc é o principal rewponsavel por esta história acontecer. So estou cuidando do serviço braçal”.
Uma hora antes, Giorno mandou mensagem a Baldy pedindo para “dar um fim logo e resolver tudo”:
Giorno disse ao MPF ser o responsável pelo caixa dois da empresa e por fazer os pagamentos a Baldy.
Baldy, Dias, Giorno, Ricardo Brasil e outras sete pessoas foram denunciadas hoje pelo MPF por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Segundo os procuradores, Rodrigo Dias era quem cobrava a propina em nome de Baldy, que atuava para facilitar a vida da Pró-Saúde com o governo goiano.
As mensagens, no entendimento dos investigadores, comprovam essa relação.
Mas em entrevista à Folha de S.Paulo, Baldy disse que sequer conhecia Rodrigo Dias, seu primo que na época presidia a Fundação Nacional da Saúde (Funasa).
Disse Baldy à Folha: “Rodrigo Dias é meu primo, salvo engano, de sétimo grau. Não posso responder por terceiros. Posso responder por mim. Não tenho ciência se ele ou qualquer outra pessoa fez qualquer tipo de compromisso ou de diálogo diferente do que eu possa fazer. Para mim, tudo foi novidade.”
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