A travessia de balsa entre São Sebastião e Ilhabela, no litoral norte paulista, continua gerando frustração entre os usuários. Mesmo após investimentos de cerca de R$ 13 milhões pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, responsável pelo sistema, os moradores e turistas ainda enfrentam longas esperas e desorganização nos terminais.

Os usuários têm relatado demoras que chegam a até seis horas para completar a travessia. As principais queixas apontam para problemas na organização do embarque e desembarque, na gestão do trânsito nas ruas de acesso e nas reformas em andamento nos dois terminais.

Travessia de balsa Ilhabela

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Julia Giovannini, produtora de eventos de São Paulo, contou sua experiência recente: “Cheguei na fila da balsa às 13h30 na segunda-feira, dia 22, e pelo site a espera era de 150 minutos. No entanto, só consegui embarcar às 19h30, depois de uma espera de seis horas”. Para ela, o principal problema é a desorganização e a quantidade insuficiente de balsas em operação.

Quais os principais problemas da travessia?

Além da demora, outros usuários também relatam precariedade no serviço. Maura Ribeiro, que possui casa de veraneio na ilha, estava há mais de três horas na fila preferencial. Ela sugeriu uma solução radical: “O ideal seria privatizar o serviço”. Em 2018, João Doria prometeu a privatização das travessias litorâneas, mas a licitação autorizada em 2021 não atraiu interessados.

Iniciativas do governo para melhorar a travessia de balsa

• Reformas estruturais nos terminais de São Sebastião (R$ 6,9 milhões) e Ilhabela (R$ 6,3 milhões)

• Atualização e manutenção das balsas e estruturas flutuantes

• Investimento em segurança e confortos adicionais para os usuários

De acordo com Natália Resende, secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, diversos fatores influenciam a prestação do serviço, incluindo clima e grandes eventos turísticos, como os Jogos Regionais e a Semana Internacional de Vela.

Qual o impacto econômico da travessia de balsa?

Márcio Franco, presidente do Convention Bureau de Ilhabela, destacou que a precariedade do serviço tem tido um impacto negativo na economia local. “A qualidade do serviço é uma das piores já registradas, afastando visitantes e causando prejuízos a hotéis, restaurantes e comércios locais”, afirmou.

Heloiza Lacerda, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Ilhabela, reconhece que as obras nos terminais contribuem para o transtorno, mas afirma que a gestão da travessia já era problemática antes.

Esforços locais e expectativas futuras

O prefeito de Ilhabela, Toninho Colucci, está acompanhando de perto as reformas e espera melhorias significativas no sistema. “Desde janeiro de 2021, tenho cobrado melhorias. Estamos vendo uma luz no final do túnel, mas sabemos que não acontecerá do dia para a noite”, comentou.

O aumento de fluxo esperado com a inauguração do Contorno Sul em novembro de 2024 é uma preocupação adicional. Entretanto, Colucci acredita que as reformas atuais trarão melhorias para o verão, com mais segurança e agilidade no serviço.

Natália Resende, por outro lado, garantiu que, apesar dos desafios, o volume de transporte já apresenta crescimento. Em julho de 2024, foram transportados 237 mil usuários, um aumento de 4% comparado ao mesmo período de 2023.

Conclusão

Enquanto os investimentos e reformas buscam promover melhorias na travessia de balsa entre São Sebastião e Ilhabela, os usuários ainda enfrentam atrasos e frustrações. A desorganização no embarque e no trânsito de acesso precisa ser resolvida para que o serviço possa atender adequadamente a demanda, especialmente durante os picos de temporada e grandes eventos.

A continuidade dos investimentos e a efetiva implementação das reformas prometem mudar esse cenário. Contudo, a paciência dos usuários se mantém essencial até que as obras sejam concluídas e as melhorias prometidas se tornem realidade.