Tragédia anunciada: ponte desabou após anos de alertas
Em 2018, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) emitiu relatório sobre os riscos que a estrutura apresentava
A estrutura da ponte Juscelino Kubitscheck de Oliveira, que há décadas ligava o Maranhão ao Tocantins,estava em condições precárias há anos e era alvo de denúncias de moradores e motoristas, que passavam pelo local.
Advertências também partiram do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que identificou riscos estruturais desde 2018.
Imagens e documentos coletados antes do desabamento apontavam a gravidade da situação. Relatórios indicavam fissuras, armaduras corroídas e vibrações anormais na ponte. Em 2020, o Dnit identificou danos no balanço lateral e falhas estruturais que comprometiam a segurança.
No dia do desabamento, o vereador Elias Junior (Republicanos-TO) estava no local denunciando a precariedade da ponte. Minutos depois, a estrutura cedeu.
Mesmo com todos esses indícios, o problema foi tratado com descaso. Em maio deste ano, um edital de R$ 13 milhões foi lançado para contratar estudos e obras de recuperação. No entanto, a licitação fracassou, supostamente, por falta de interessados, deixando a ponte em estado crítico.
Ação após o desastre
Após a tragédia, técnicos do Dnit iniciaram investigações para identificar as causas do desabamento. O órgão também destacou que há um contrato de manutenção em vigor na BR-226/TO até 2026, embora a eficácia dessas medidas seja agora questionada.
O governo federal anunciou um plano de reconstrução da ponte, com custos estimados entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões. O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), garantiu que recursos financeiros estão disponíveis e que as obras serão concluídas até 2025.
Depois da tragédia, Renan Filho visitou o local acompanhado dos governadores Carlos Brandão (PSB-MA) e Wanderley Barbosa (Republicanos-TO), além do diretor do Dnit, Fabrício Galvão. Enquanto isso, a Polícia Federal abriu investigações para apurar os responsáveis pela tragédia.
Investigação em curso
As superintendências regionais do Maranhão e Tocantins conduzem diligências iniciais. Perícias estão sendo realizadas para identificar falhas técnicas, além de apontar possíveis omissões ou negligências que possam ter contribuído para o desastre.
O colapso da ponte Juscelino Kubitscheck de Oliveira expõe uma situação de negligência diante de sinais que poderiam ter sido tratados. Como publicou o jornalista Felipe Moura Brasil, a BR-226 é uma rodovia federal brasileira que liga as cidades de Natal-RN e Wanderlândia-TO.
Isto significa que o responsável por ela é o governo federal, atualmente sob presidência de Lula, com o filho de Renan Calheiros (MDB-AL), Renan Filho, como ministro dos Transportes, Fabrício Galvão como diretor-geral do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito) e Fábio Pessoa da S. Nunes como diretor de Infraestrutura Rodoviária.
O superintendente do DNIT no Tocantins é Renan Bezerra de Melo, que já foi preso pela Polícia Federal em 2017, depois de ter exercido o cargo de superintendente de Obras.
Veja também: A responsabilidade do governo Lula sobre o colapso da ponte na BR-226
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