Toffoli sentiu o bafo também dentro do STF
Está evidente que, quando levasse o assunto ao plenário no julgamento de quarta-feira, Dias Toffoli não teria apoio de nenhum ministro do Supremo na decisão aloprada de acessar ilegalmente...
Está evidente que, quando levasse o assunto ao plenário no julgamento de quarta-feira, Dias Toffoli não teria apoio de nenhum ministro do Supremo na decisão aloprada de acessar ilegalmente os dados financeiros de 600 mil pessoas, entre físicas e jurídicas — seja por meio da chave digital fornecida pelo Banco Central, que deixaria registros no sistema do antigo Coaf, seja por meio das cópias dos dados que ele também pediu ao BC. Cópias que permitiriam evitar a identificação de quem as utilizou, mas poderiam comprometer o ministro a partir da revelação pela Folha da sua decisão de requisitar os relatórios do antigo Coaf.
Para além das dificuldades técnicas, Toffoli teve de voltar atrás por causa das reações na sociedade civil, indignada com a afronta à Constituição, das repercussões no mercado financeiro, assustado com a insegurança jurídica causada pelo presidente do Supremo, e do estupor gerado no interior do próprio tribunal — com ministros incrédulos (e outros tão-somente de asas um pouco recolhidas diante do tamanho da encrenca) com o colega que abusou das suas atribuições para cometer uma evidente e grave ilegalidade. Toffoli sentiu o bafo no STF.
O bom senso prevaleceu no Supremo. Hoje em dia não é pouca coisa.
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