The Lancet na Bolsonarolândia
No país encantado da Bolsonarolândia, a revista médica britânica The Lancet, em circulação desde 1823, é comunista, por ter afirmado em editorial que Jair Bolsonaro é a maior ameaça à Covid-19 no Brasil. Como o repertório de argumentos na Bolsonarolândia é escasso, O Antagonista sugere que se faça outro tipo de crítica ao editor-chefe da revista, Richard Horton...
No país encantado da Bolsonarolândia, a revista médica britânica The Lancet, em circulação desde 1823, é comunista, por ter afirmado em editorial que Jair Bolsonaro é a maior ameaça à Covid-19 no Brasil.
Como o repertório de argumentos na Bolsonarolândia é escasso, O Antagonista sugere que se faça outro tipo de crítica ao editor-chefe da revista, Richard Horton.
Em 1998, ele aceitou publicar na revista que dirige um artigo segundo o qual vacinas poderiam causar autismo. O aval da The Lancet ao artigo fez com que surgisse a onda de irracionalidade que levou a que milhões de pais deixassem de vacinar os seus filhos contra doenças até então consideradas praticamente extintas. Por causa disso, a partir de 2008, começaram a ocorrer surtos de sarampo, por exemplo, em diversas partes do mundo. Em 2010, mais de uma década depois da publicação do artigo, Horton viu-se obrigado pelas autoridades médicas do Reino Unido a fazer uma retratação.
Esse poderia ser um reparo a ser feito pelos habitantes da Bolsonarolândia ao editor-chefe da revista The Lancet, a fim de tentar desacreditá-lo, mas talvez eles achem que vacinas não servem para nada, assim como o isolamento social. E que obrigar pais a vacinar filhos seja um ato autoritário. Vai saber.
Bom assunto a ser discutido no churrasco regado a coronavírus.
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