Temer compara 8 de janeiro a protestos contra reforma da Previdência
Ex-presidente minimizou indiciamento de militares em inquérito sobre suposta tentativa de golpe de Estado: "Não foi a instituição como um todo"
O ex-presidente Michel Temer (MDB) comparou nesta segunda-feira, 25, os ataques à Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 com as manifestações contrárias à reforma da Previdência promovida por centrais sindicais no período do seu mandato.
“Invadiram prédios agora em 8 de janeiro. Mas vocês se lembram que no meu governo, quando nós cuidávamos da reforma da Previdência, as centrais sindicais mandaram 1.600 ônibus lá, que incendiaram ministérios, tentaram invadir o Congresso, viraram carros, queimaram carros“, disse em evento da CNC (Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo).
Segundo Temer, logo após o estopim das manifestações, um ministro sugeriu convocar as Forças Armadas para uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem). Para ele, a decisão de “olhar para frente” foi importante buscando pacificar o país:
“Houve noticiário à noite e no dia seguinte de manhã. Mas, quando deu meio-dia, a imprensa me entrevistou, e eu disse: se o episódio é de ontem, ontem é passado. Eu não falo do passado, vou falar do futuro“.
“Não foi a instituição como um todo”
Temer respondeu a perguntas dos jornalistas durante o painel realizado em São Paulo.
O ex-presidente foi questionado sobre o indiciamento de militares e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em inquérito sobre suposta tentativa de golpe de Estado. Temer afirmou não “ver riscos para democracia”, apesar de “haver tentativas”:
“Não vão adiante porque não há clima no país. E, convenhamos, golpe para valer, você só tem quando as Forças Armadas estão dispostas a fazer“, disse.
Segundo Temer, os militares indiciados não conseguiriam dar um “golpe de Estado” sem apoio das lideranças do Exército Brasileiro:
“Não foi a instituição como um todo. Seja Exército, Marinha, Aeronáutica, não participaram disso como instituição. Participaram figuras“, afirmou.
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