Técnico da PGR aponta ‘armazenamento inadequado’ e risco de captura de dados da Lava Jato no Paraná
Relatório produzido pela Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise (SPPEA), ligada à PGR, apontou que os locais usados pela força-tarefa do Paraná para guardar as informações da Lava Jato têm "estrutura inadequada para o armazenamento de evidências"...
Relatório produzido pela Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise (SPPEA), ligada à PGR, apontou que os locais usados pela força-tarefa do Paraná para guardar as informações da Lava Jato têm “estrutura inadequada para o armazenamento de evidências”.
O documento, assinado pelo assessor-chefe da Assessoria Nacional de Perícia em Tecnologia da Informação e Comunicação, Marcelo Caiado, baseou-se numa visita que ele fez ao edifício Patriarca, em Curitiba, no dia 21 de julho, onde ficam os documentos e arquivos.
O objetivo era copiar as informações da operação, para atender à determinação de Dias Toffoli de compartilhamento dos dados com a PGR — a decisão foi revogada hoje por Edson Fachin.
No relatório, Caiado descreve que grande parte do material da operação no Paraná está acondicionada numa sala conhecida como “Opera de Arame”, no 6º andar do prédio.
“Observa-se que o material apresentado se encontrava acondicionado em caixas, envelopes e em armários, de forma bastante precária”, escreveu o técnico.
Ele narrou que, no procedimento para a realização da cópia de arquivos contidos num servidor de rede, “ocorreram erros em algumas mídias que impossibilitaram a geração da cópia, potencialmente em função de um armazenamento inadequado”.
No mesmo andar, ele relatou ainda um problema mais grave: “a sala que concentra os cabos de rede está totalmente inadequada e desestruturada, sem nenhum controle dos cabos que estão ligados, em uma situação onde poderia ser conectado um cabo indevido para realizar captura de todo o tráfego da rede”.
No 8º andar, outro usado pela força-tarefa para o armazenamento, foi constatada “uma infraestrutura de rede totalmente inadequada”. No 2º andar, acrescentou, “existe uma possibilidade que, em tese, pode permitir o acesso pela janela externa por algum invasor”.
Na conclusão do documento, Marcelo Caiado afirma que a SPPEA, que fica na PGR em Brasília, “tem condições de armazenar os dados da FTU/PR de forma mais segura do que aquele observado no edifício Patriarca”.
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