Tabata chama Marçal de “perverso” por explorar morte do pai dela
"O pai dela, ela foi para Harvard e o pai dela acabou morrendo, igual eu imagino que ela pode fazer com o povo de São Paulo", disse o ex-coach
O embate entre a Tabata Amaral (PSB-SP, foto) e Pablo Marçal (PRTB) teve um novo capítulo na quinta-feira, 4. Depois de tentar desqualificar a deputada por não ser casada e não ter filhos, o ex-coach resolveu envolver o pai da adversária na disputa pela prefeitura de São Paulo.
“Ela quer ser prefeita de São Paulo? Que ela cresça, que ela aprenda. Ficar tirando onda [dizendo] que traz recurso como deputado federal, qualquer um dá conta. Fui eu que te dei esse dinheiro para você distribuir aqui em São Paulo”, provocou Marçal em podcast, aludindo à outra resposta da deputada.
Segundo ele, “se existiu uma polêmica, foi da parte dela”. “O que eu quis dizer e repito? Uma pessoa que passou por mais problemas é mais tarimbada para governar. Se a pessoa foi estudar em Harvard às mil maravilhas, enquanto eu estava aqui trabalhando em um call center para pagar… Eu passei por mais problema que ela, também vim de periferia”, continuou, antes de mencionar o pai da adversária.
“Eu também tive um pai que foi alcoólatra, mas a família ajudou ele e ele deixou o alcoolismo. O pai dela, ela foi para Harvard e o pai dela acabou morrendo, igual eu imagino que ela pode fazer com o povo de São Paulo. Aqui está a verdade. Se não aguenta o tranco e quer ser vítima, não pode ser governante. Governar e ser vítima na mesma pessoa não tem como”, disse o pré-candidato.
Tabata responde
O comentário de Marçal foi alvo de nota de checagem da comunidade da rede social X, ex-Twitter, já que Tabata só foi estudar em Harvard em 2016, quatro anos depois da morte do pai.
A deputada gravou um novo vídeo para responder: “Gente, eu estava trabalhando, parei agora para olhar o celular e está cheio de mensagem sobre esse ataque nojento do Pablo Marçal contra mim e meu pai”.
Na sequência, ela diz o seguinte:
“Ele insinuou numa entrevista que meu pai morreu por minha culpa, que eu deixei ele aqui doente e fui estudar nos Estados Unidos. É uma falta de caráter absurda. É perverso, é nojento mesmo. Esse é um assunto muito difícil, mas eu vim aqui esclarecer, para nenhum cretino usar a história do meu pai contra mim novamente.
Eu cresci numa família muito, muito humilde, e meu pai sempre foi a pessoa que mais acreditou em mim. Ele era um cara bom, era um homem brilhante, mas infelizmente era bipolar, não foi diagnosticado, não foi tratado e, ao longo da vida, foi se tornando alcoólatra também.”
Crack
A deputada seguiu: “Quando eu era adolescente, ele começou a usar crack e as coisas pioraram muito. No fim, ele estava sofrendo demais. Na mesma semana em que eu fui aceita em Harvard, ele cometeu suicídio. Foi o momento mais difícil da minha vida, mas eu estava aqui quando ele morreu, não estava fora. Então, essa baixaria do Pablo Marçal sequer faz sentido. Eu era muito nova, sofri muito e cheguei a desistir de ir para os Estados Unidos”.
Tabata diz que decidiu, mas que nunca deixou de cuidar da família.
“Com 18 anos, eu estava num país estranho, estudava o dia inteiro e trabalhava à noite como babá para mandar dinheiro para minha mãe. Pablo Marçal, com essa mesma idade, fazia parte de uma quadrilha de roubo de banco”, comparou a deputada, que continuou:
“Meu pai teve uma vida muito difícil, mas foi e segue sendo o meu maior exemplo e meu maior incentivador. Eu segui em frente com a certeza de que ele me acompanha e tem orgulho de tudo que nós fizemos para eu chegar até aqui.
Eu nunca fiz nada que envergonhasse a minha família. Será que o Pablo Marçal pode dizer a mesma coisa? O ataque dele não é por acaso. Ele está descontrolado porque falou que eu não podia ser prefeita por ser mulher, e achou que eu ia ficar calada.
Eu respondi listando os crimes dele e ele baixou o nível ainda mais, porque não tem resposta e não sabe lidar com a verdade. Eu já comprei briga com muita gente poderosa, rebati muito a mentira, enfrentei muita coisa para chegar até aqui.
Não vai ser esse sujeitinho que vai me intimidar.”
E assim segue a corrida pela prefeitura de São Paulo em 2024.
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