Suspensão do X: Pacheco, o prevaricador?

11.12.2025

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Suspensão do X: Pacheco, o prevaricador?

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Wilson Lima
4 minutos de leitura 02.09.2024 10:29 comentários
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Suspensão do X: Pacheco, o prevaricador?

Integrantes da oposição ao governo Lula pretendem denunciar o presidente do Senado à Procuradoria-Geral da República

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Suspensão do X: Pacheco, o prevaricador?
Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco | Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Integrantes da oposição ao governo Lula pretendem denunciar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), por ato de prevaricação caso ele não dê seguimento à denúncia por crime de responsabilidade contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Como temos mostrado, desde a semana passada a oposição intensificou a campanha pelo impeachment do magistrado após ele ter suspendido as atividades do X no Brasil. A ideia é apresentar não somente a denúncia contra Moraes em 9 de setembro, como também um pedido de investigação na PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Pacheco por ato de prevaricação.

Na semana passada, após a suspensão do X, o líder do PL no Senado, Carlos Portinho, foi incisivo ao afirmar que “não há outro caminho para restabelecer o mínimo da normalidade democrática e o respeito a Constituição. Rodrigo Pacheco: receba e abra o impeachment.”

Como mostramos mais cedo, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tende a referendar a decisão do ministro Alexandre de Moraes e manter a suspensão das atividades do X no Brasil.

O caso está em julgamento no plenário virtual da 1ª Turma e seguirá até às 23h59 desta segunda-feira. Até o momento, dois ministros já votaram: Moraes e Flávio Dino.

Ao referendar a própria decisão, Moraes também se manifestou por manter a multa de 50 mil reais para usuários que tentarem burlar a decisão com “subterfúgios tecnológicos”, como o uso de VPN. A decisão também foi reafirmada, até agora, pelos demais integrantes da 1ª Turma.

Como se manifestaram os ministros do STF até agora?

Em seu voto, Moraes reafirmou a decisão tomada na semana passada afirmando que os responsáveis pela empresa insistiram nos “reiterados, conscientes e voluntários descumprimentos das ordens judiciais e no inadimplemento das multas diárias aplicadas” para “instituir um ambiente de total impunidade e ‘terra sem lei’ nas redes sociais brasileiras […], consistente na manutenção e ampliação da instrumentalização da X Brasil, por meio da atuação de grupos extremistas e milícias digitais nas redes sociais, com massiva divulgação de discursos nazistas, racistas, fascistas, de ódio, antidemocráticos”.

Ao se manifestar pela manutenção da decisão de Moraes, o ministro Flávio Dino afirmou que “a liberdade de expressão é um direito fundamental que está umbilicalmente ligado ao dever de responsabilidade”.

“A diretriz constitucional de que não existe liberdade sem regulação, pois esta evita a morte daquela. Se todos pudessem fazer o que quisessem, da forma como quisessem, não existiriam instituições como o lar, a família, a Igreja, o Estado. Seria impossível o trânsito de veículos nas ruas e de ideias nos espaços públicos”, disse Dino em seu voto.

A suspensão do X

Alexandre de Moraes determinou na sexta, 30, a derrubada da rede social após a empresa de Elon Musk não indicar um representante legal no Brasil. Esse prazo havia se encerrado na noite de quinta-feira.

Ele também estabeleceu uma multa diária de 50 mil reais para quem tentar burlar o bloqueio ao X por meio de VPN. Inicialmente, o magistrado havia determinado que a Apple e o Google impusessem “obstáculos tecnológicos capazes de inviabilizar” o acesso ao X, mas ele recuou desse trecho da decisão.

Em sua decisão, Moraes afirmou que Elon Musk demonstrou “total desrespeito à soberania brasileira e ao Poder Judiciário” ao não cumprir ordens determinadas pelo magistrado.

“Não é a primeira vez que isso ocorre, pois, em outras oportunidades, o maior acionista da Twitter Internacional Unlimited Company, Elon Musk, demonstrou seu total desrespeito à Soberania brasileira e, em especial, ao Poder Judiciário, colocando-se como verdadeiro ente supranacional e imune às legislações de cada país”, disse Moraes.

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Wilson Lima

Wilson Lima é jornalista formado pela Universidade Federal do Maranhão. Trabalhou em veículos como Agência Estado, Portal iG, Congresso em Foco, Gazeta do Povo e IstoÉ. Acompanha o poder em Brasília desde 2012, tendo participado das coberturas do julgamento do mensalão, da operação Lava Jato e do impeachment de Dilma Rousseff. Em 2019, revelou a compra de lagostas por ministros do STF.

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