Suplicy tem uma pergunta para Joesley sobre Marta
O deputado estadual quer saber sobre a mesada paga a Marta Suplicy pela J&F entre 2015 e 2016
O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT, foto) foi nesta segunda-feira, 5, à sede da J&F, em São Paulo, questionar ao empresário Joesley Batista sobre a mesada de 200 mil reais dada a Marta Suplicy, sua ex-esposa, entre 2015 e 2016, registrou a Folha de S.Paulo.
“Ela [Marta Suplicy] me pediu se eu pudesse dar uma mensalidade lá para ela. E aí foi pago mensalmente 200 mil reais, durante um bom período”, disse Joesley aos procuradores do Ministério Público Federal em maio de 2017, no acordo de delação premiada fechado com a Operação Lava Jato.
Ainda em depoimento, Joesley Batista afirmou que o empresário Márcio Toledo, atual marido de Marta, retirava os valores pagos pela J&F no escritório da companhia.
À Folha, Eduardo Suplicy disse ser importante esclarecer a história antes de a campanha eleitoral começar, já que Marta foi indicada pelo PT para ser vice de Guilherme Boulos (PSOL-SP).
“Eu acho que é importante esclarecer. Nada como descobrir a verdade, não é? Uma das coisas que mais são importantes para mim é descobrir a verdade”, afirmou.
Embora Joesley Batista tenha dito ao petista que estaria no escritório, Suplicy foi recebido pelo advogado Francisco de Assis e Silva, que o sócio da J&F na delação, em 2017.
“Ele me recebeu muito bem, foi atencioso. Mas disse que essa questão toda está sob sigilo e que o Joesley não poderia, portanto, conversar comigo a respeito”, disse Suplicy.
Marta de volta ao PT
Marta se filiou na sexta-feira, 2, ao PT após quase dez anos de deixar o partido. Ela será candidata a vice-prefeita de São Paulo na chapa do deputado federal Guilherme Boulos.
Na cerimônia de filiação, ela ignorou o motivo de seu rompimento com o partido, em 2015.
“Aqui estou de volta ao meu aconchego, ao partido que nunca saiu de mim: o Partido dos Trabalhadores e das trabalhadoras“, disse Marta.
“Participei e assisti ao PT nascer, e crescer, nas ruas do Brasil e dentro da minha casa”, acrescentou.
Marta pode ter filiação impugnada?
Valter Pomar, membro do Diretório Nacional do PT e secretário-executivo do Foro de São Paulo de 2005 a 2013, promete seguir em sua batalha contra o retorno de Marta ao partido. Em texto publicado em seu blog na quarta-feira, 31, ele rebateu a declaração do ex-deputado Adriano Diogo, também petista, que descreveu como “grande militante, dos que combateram contra a ditadura e seguiram pela esquerda desde então”.
Diogo propôs, em entrevista a um blog petista, erguer uma estátua para Marta. “Na minha opinião, a entrevista de Adriano chega a ser sóbria, quando comparada a um vídeo onde Marta é apresentada ao som da clássica ‘De volta para o aconchego'”, analisa Pomar.
O dirigente petista pondera: “Sem dúvida, a gestão da então petista Marta como prefeita de São Paulo tem enormes méritos. E quem a defende como vice de Boulos, a começar pelo próprio, tem a expectativa de que estes méritos passados movam moinho. Da minha parte, espero que tenham razão”.
“Mas, como já disse noutras oportunidades, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Uma coisa é aceitar a Marta como vice, outra coisa é recebê-la de volta no PT, como se fossemos uma legenda eleitoral, não um Partido”, reclama o dirigente partidário, que segue na análise:
“Adriano Diogo, óbvio, sabe a diferença entre legenda e Partido. Talvez por isso mesmo ele opte por contar uma história um pouco diferente daquela que realmente aconteceu.”
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