Robinho cumprirá pena no Brasil, decide STJ
Caso pelo qual Robinho foi condenado envolve um episódio de violência sexual contra uma mulher albanesa em uma boate em Milão, em 2013
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou nesta quarta-feira, 20 de março, que o ex-jogador Robinho cumpra no Brasil a pena de 9 anos por estupro coletivo.
O placar foi de 9 votos pelo validação da pena a 2. A corte não julgou o mérito do caso definido na Itália, onde ocorreu o crime.
O STJ ainda decidiu que o cumprimento da pena seja imediato.
Condenado por violência sexual
O caso pelo qual Robinho foi condenado envolve um episódio de violência sexual contra uma mulher albanesa em uma boate em Milão, em 2013. A Justiça italiana deu razão à vítima, que foi drogada e abusada sexualmente por seis homens enquanto estava inconsciente. Os condenados afirmam que a relação foi consensual.
O Ministério da Justiça da Itália solicitou a extradição do ex-jogador, que atualmente reside no Brasil. No entanto, o governo brasileiro negou o pedido com base na proibição constitucional de extradição de cidadãos brasileiros. Portanto, a alternativa foi que a Justiça italiana solicitasse que Robinho cumprisse a pena no Brasil.
Um ministro, que preferiu não se identificar, afirmou ao O Globo: “Penso que, no caso do Robinho, não há alternativa legal senão fazê-lo cumprir a pena no Brasil. Ele está condenado, ponto final. Precisaria de uma demonstração inequívoca de um ato injusto ou ilegal praticado contra a Justiça italiana contra ele lá, o que não parece ser o caso.“
Outro ministro ouvido pelo jornal carioca afirmou que a repercussão global do caso Daniel Alves e a gravidade do processo de Robinho indicam uma tendência desfavorável ao ex-jogador no STJ.
STJ nega pedido da defesa
Em agosto do ano passado, o STJ já havia negado, por unanimidade, um pedido de Robinho para obter uma cópia completa e traduzida do processo italiano. Os ministros interpretaram essa solicitação como uma manobra para atrasar o desfecho do caso e o cumprimento da pena no Brasil.
A defesa do ex-jogador insiste na tradução, argumentando que só assim é possível verificar se foram observados os princípios legais no exterior.
Uma vez superada essa questão preliminar, os ministros da Corte Especial do STJ decidirão sobre a homologação da sentença de Robinho.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), como a decisão definitiva sobre o caso foi tomada pela Justiça italiana há mais de um ano, não cabem mais recursos no Judiciário daquele país e o crime de estupro é reconhecido pelas leis dos dois países, Robinho pode e deve cumprir a pena no Brasil.
O advogado José Eduardo Alckmin, que defende Robinho, disse ao O Globo que o julgamento não determinará se houve ou não o crime. “Vai se discutir se é possível homologar a decisão estrangeira ou não. Em resumo, se o brasileiro nato, cuja extradição é proibida pela Constituição, pode ser submetido a uma condenação estabelecida por autoridade estrangeira ou se ele deve ser julgado no Brasil“, explicou Alckmin.
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