Stédile perdoa Lula (mas não Bolsonaro) por “pior ano do MST”
Líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile disse, em mensagem de Natal distribuída na sexta-feira, 22, que 2023 foi "o pior ano de todos os 40 anos do MST" em termos de...
Líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile (foto) disse, em mensagem de Natal distribuída na sexta-feira, 22, que 2023 foi “o pior ano de todos os 40 anos do MST” em termos de famílias assentadas.
“Mas nós compreendemos. Faz parte da luta”, disse a liderança sem-terra na gravação, cujo conteúdo foi detalhado pela coluna Painel, da Folha de S.Paulo. Para Stédile, a culpa não é de Lula ou de seu governo, mas dos ex-presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro.
“Faltaram recursos, porque o orçamento era do governo passado, e de certa forma o Estado brasileiro, com o desmonte que houve nos seis anos de governos fascistas, impediu que agora a máquina se voltasse para as necessidades dos trabalhadores”, disse o líder do MST na mensagem.
Segundo ele, a reforma agrária “se mede por ideias, conquistas políticas e sociais”, e não por hectares conquistados. Stédile mencionou ainda o plano de fechar uma parceria com o governo da China para transferência de tecnologia.
De volta às invasões
O MST retomou em 2023 as invasões de propriedade que rarearam durante os anos do governo Bolsonaro. Foram tantas no início do ano que a Câmara dos Deputados instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o movimento.
O próprio Stédile depôs à comissão, comandada pelos deputados Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) e Ricardo Salles (PL-SP). Ao longo da semanas em que funcionou, a CPI expôs relatos de dissidentes do movimento sem-terra, que reclamaram de autoritarismo e desmandos de líderes do MST.
“Resolvemos nos desligar do MST porque éramos massa de manobra”, disse Nelcilene Reis, uma das depoentes. Ela trabalhava em um mercadinho do movimento. “Não tinha outro tipo de comércio, e o que a gente apurava era passado para os dirigentes”, contou, acrescentando que “não era pouco, principalmente porque saía muita bebida lá dentro”.
A CPI acabou sem a aprovação do relatório final de Salles, que pedia o indiciamento de 11 pessoas, após intervenção do governo Lula para inverter a relação de forças no colegiado.
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