Simples discordância, diz Brazão sobre caso Marielle
Deputado apresentou defesa na CCJ da Câmara. Comissão acatou pedido de vista sobre relatório
O deputado Chiquinho Brazão falou por videoconferência durante a reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, nesta terça-feira, 26. Ao apresentar sua defesa, afirmou que o que houve entre ele a vereadora Marielle Franco foi um episódio de “simples discordância de ponto de vista”. Ele também disse que mantinha uma “boa relação” com parlamentar.
“O tema que está sendo debatido hoje aconteceu na Câmara Municipal do Rio de Janeiro em um debate em que eu debatia com a vereadora. Não vejo esse elo gerando o que gerou para o mundo todo. O que era uma simples discordância de pontos de vista, onde eu estava lutando para aprovar um projeto de lei que regulamentava pelo período de um ano os condomínios irregulares, para que pudesse a cidade do RJ ter mais organização”, disse.
O projeto em questão foi apontado como Ronnie Lessa como o “estopim” para o crime. A vereadora se opunha fortemente ao texto.
Ainda diante da CCJ, Brazão acrescentou: “É uma coisa simples demais para tomar uma dimensão tão louca. Eu como vereador tinha uma relação muito boa com a vereadora”.
Brazão foi preso de maneira preventiva no último domingo, 24, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Por ser parlamentar, essa prisão necessita ser validada pela Câmara dos Deputados, conforme orienta a Constituição.
Votação adiada
A presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Carolina de Toni (PL-SC), acatou o pedido de vista sobre o relatório acerca da prisão do deputado Chiquinho Brazão. O pedido foi apresentado pelos deputados Gilson Marques (Novo-SC), Roberto Duarte (Republicanos-AC) e Fausto Pinato (PP-SP).
Com isso foi aberto o prazo de duas sessões plenárias da Câmara que a CCJ volte a analisar o parecer. O relatório sobre de Chiquinho Brazão é assinado pelo deputado Darci de Matos (PSD-SC), que defendeu a manutenção da prisão.
“Em síntese, são dois crimes de homicídio consumados (mediante emboscada e impossibilitando a defesa das vítimas) e uma tentativa de homicídio, além de obstrução de justiça com o envolvimento de organização criminosa. Conforme consta da representação da autoridade policial, são eloquentes os indícios de autoria mediata por parte do Deputado Chiquinho Brazão e de seu irmão”, escreveu no relatório.
O texto ainda precisa passar pelo plenário da Câmara, onde depende de maioria absoluta para aprovação.
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