O ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida (foto) ressurgiu nas redes sociais e publicou um manifesto neste sábado, 15, em que ele respondeu às acusações de assédio sexual. 

Na publicação, ele se disse indignado: “Estou vivo, continuo indignado e não quero compaixão nem ‘segunda chance’. Eu quero justiça”, escreveu no Instagram.

Almeida afirmou que tentaram distorcer sua imagem, transformando-o em um “monstro” e apagando sua história de professor, advogado e amigo. 

“Nestes últimos meses tentaram me fazer esquecer quem eu realmente sou, quem eu fui e quem eu sempre quis ser. Tentaram apagar trinta anos de trabalho sério, de dedicação e de muita renúncia.

Queriam me apagar. Apagar o professor respeitado e tantas vezes homenageado pelos alunos. O advogado diligente. O companheiro, o amigo, o pai. Tentaram me transformar repentinamente em um monstro, um homem que sempre enganou milhares de pessoas, um ‘abusador’ de mulheres”, escreveu.

Ele acrescentou:

“Algumas pessoas nem disfarçaram o racismo ao manifestar que já esperavam isso vindo de um homem ‘como eu’. Leia-se, um homem negro, essa figura tão classicamente associada à violência e ao descontrole.”

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As acusações

As acusações contra o ex-ministro foram recebidas pela organização Me Too Brasil, que relatou uma série de casos de assédio sexual, supostamente ocorridos em 2023. 

Dois inquéritos foram abertos para investigar as denúncias, um pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e outro no Supremo Tribunal Federal (STF), com o ministro André Mendonça como relator. O caso segue sob segredo de justiça.

Entre as vítimas, está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que confirmou as acusações em depoimento à Polícia Federal em outubro. 

Segundo seu relato, as abordagens inadequadas de Almeida começaram no fim de 2022, durante a transição do governo Lula. Almeida, no entanto, negou as acusações, chamando-as de “ilações absurdas” e afirmando que tinham o objetivo de prejudicá-lo e bloquear seu futuro.

A volta

Em sua postagem, Almeida anunciou o retorno às suas atividades públicas, incluindo o relançamento de sua principal obra, Racismo Estrutural, em uma edição revisada e ampliada, além de quatro novos livros. 

“Vou continuar escrevendo, falando e acreditando que este país tem jeito. Vou continuar advogando em alto nível, para quem pode e para quem não pode me pagar”, afirmou.

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