O senador Ciro Nogueira (PP-PI) evocou a memória de Joaquim Silvério dos Reis (foto) nesta sexta-feira, 22, em reação às gravações vazadas de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Em um dos trechos dos áudios, Cid fala sobre reunião entre Bolsonaro e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que teria ocorrido na casa de Nogueira.

“Quando tudo passar, Joaquim Silvério dos Reis nunca será Duque de Caxias e Tiradentes sempre será o mártir de traidores e dos que tentaram salvar sua pele de forma vil ou falando meias verdades”, publicou Nogueira em seu perfil no X, com uma ilustração de Joaquim Silvério.

Joaquim Silvério dos Reis Montenegro Leiria Grutes entrou para a história como traidor da Inconfidência Mineira, movimento simbolizado por Joaquim José da Silva Xavier, o famoso Tiradentes. O delator entregou os inconfidentes, que se rebelavam contra a cobrança do “quinto do ouro” (20% da produção), e, em troca, teve sua própria dívida perdoada.

Oa áudios de Cid

Cid é alvo de investigações em três casos: trama golpista, joias sauditas e falsificação de cartões de vacina. A terceira motivou sua prisão preventiva.

Em setembro, o STF homologou um acordo de delação premiada com tenente-coronel, que passou a cumprir a prisão preventiva em liberdade provisória.

Nas gravações reveladas pela revista Veja, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro atacou a Polícia Federal (PF) e Moraes pela condução de investigações que miram o ex-presidente.

Ele também fez desabafos como este:

“Quem mais se fodeu fui eu. Quem mais perdeu coisa fui eu. Pega todo mundo aí. Ninguém perdeu carreira. Ninguém perdeu vida financeira como eu perdi. Todo mundo já era quatro estrelas, já tinha atingido o topo. O presidente teve Pix de milhões, ficou milionário. Tá todo mundo aí. Pros políticos é até bom essas porras, porque depois ele consegue se eleger fácil. O único que teve pai, filha, esposa envolvido [sic], o único que perdeu a carreira, o único que perdeu a vida financeira fui eu.“