Sem se eleger, delegado Saraiva vira alvo de processo disciplinar e é afastado da PF
O delegado Alexandre Saraiva, que denunciou Ricardo Salles por interferência em investigações contra madeireiros, virou alvo de um processo administrativo disciplinar por causa de sua campanha eleitoral para deputado. Sem conseguir se eleger, ele foi notificado...
O delegado Alexandre Saraiva, que denunciou Ricardo Salles por interferência em investigações contra madeireiros, virou alvo de um processo administrativo disciplinar por causa de sua campanha eleitoral para deputado. Sem conseguir se eleger, ele foi notificado na última sexta-feira sobre a investigação, sendo afastado automaticamente do cargo até conclusão da apuração.
Segundo a portaria de instauração do PAD, Saraiva teria “buscado angariar notoriedade para concorrer a cargo político-partidário, mediante uso indevido do cargo público, através da concessão de reiteradas entrevistas a veículos de imprensa, sem prévia autorização ou interveniência do órgão de comunicação social respectivo, bem como de intenso ativismo político em redes sociais”.
Ele terá de entregar sua arma e distintivo, enquanto responde ao PAD, no qual terá a oportunidade para apresentar sua defesa. Para Saraiva, o processo seria uma retaliação. Ele ressalta que o PAD deveria tramitar no Rio, onde está lotado, e não em Brasília. “Isso é Tribunal de Exceção. Fui a única voz na PF que se insurgiu publicamente contra a destruição da Amazônia.”
“Terei que entregar a minha arma e a carteira funcional, ficarei desarmado, e estou em uma lista de ‘procurados’ pelo PCC, provavelmente por conta das ações na Amazônia, porque as datas coincidem. Tem inclusive inquérito instaurado. Estão fazendo comigo, mais ou menos, o que fizeram com o Bruno Pereira da Funai, tiram o cara da instituição, ele fica exposto e o crime vai pra cima.”
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