Em denúncia contra Witzel, Lindôra acusa primeira-dama de receber R$ 554 mil em propina
O Ministério Público Federal denunciou hoje ao STJ o governador afastado do Rio, Wilson Witzel (PSC), a primeira-dama, Helena Witzel, e outras sete pessoas por corrupção e lavagem de dinheiro.
O Ministério Público Federal denunciou hoje ao STJ o governador afastado do Rio, Wilson Witzel (PSC), a primeira-dama, Helena Witzel, e outras sete pessoas por corrupção e lavagem de dinheiro.
A denúncia afirma que o governador é o líder de uma organização criminosa que atua na área da saúde do estado e movimentou R$ 554 mil em propinas entre março e maio.
O MPF também pede que Witzel seja cassado e pague indenização de R$ 1,1 milhão aos cofres públicos.
Clique aqui para ler a denúncia.
Foram denunciados, além de Witzel e da esposa, Lucas Tristão, Mário Peixoto, Alessandro Duarte, Cassiano Luiz, Juan Elias Neves de Paula, João Marcos Borges Mattos e Gothardo Lopes Netto, ex-prefeito de Volta Redonda.
A denúncia, assinada pela subprocuradora Lindôra Maria Araújo, descreve “sofisticada organização criminosa”, que repetiu o modelo de atuação dos ex-governadores do Rio Luiz Fernando Pezão e Sérgio Cabral: contratação de escritório de advocacia para assinar contratos fictícios e repassar dinheiro que, na verdade, é propina.
De acordo com a peça, Witzel liderou, entre março e maio deste ano, três grupos empresariais que disputavam o poder no Rio por meio do pagamento de propina.
Esses grupos, segundo o MPF, lotearam algumas das principais pastas estaduais – a exemplo da Secretaria de Saúde – para montar esquemas para beneficiar suas empresas.
Em troca do apoio do governador, os empresários firmavam contratos fictícios com o escritório de advocacia de Helena Witzel, o que permitia a transferência indireta de valores pagos por Mário Peixoto e Gothardo Lopes Netto a Wilson Witzel.
Segundo o MPF, o empresário Gothardo Lopes Netto, ex-prefeito de Volta Redonda preso hoje, pagou cerca de R$ 280 mil ao escritório de Helena Witzel para que fosse direcionada a escolha da Organização Social Associação de Proteção à Maternidade e Infância de Mutuípe para a gestão do Hospital Zilda Arns.
O pagamento foi feito mediante contrato simulado entre o escritório e o Hospital Jardim Amália (Hinja), e comprovado por documentos e relatos de testemunhas. Segundo e-mails obtidos pelos procuradores, Witzel foi o intermediário desses pagamentos.
Já sobre o grupo de Mário Peixoto, a denúncia afirma que empresas ligadas a ele pagaram propina a Witzel para impedir que a organização social Unir Saúde fosse impedida de assinar contratos com o estado. Entre 2018 e 2019, a OS administrou contratos de mais de R$ 180 milhões relacionados às unidades de pronto atendimento (UPAs) do Rio.
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