“Se os caras não entenderam a magnitude do jogo, a Terceira Via é natimorta”
O deputado Júnior Bozzella, que preside o PSL em São Paulo, disse a O Antagonista que, antes mesmo de Sergio Moro se filiar ao Podemos, em novembro do ano passado, sugeriu ao ex-juiz que ele concorresse ao Planalto pela União Brasil e topasse ter a deputada Renata Abreu como vice...
O deputado Júnior Bozzella, que preside o PSL em São Paulo, disse a O Antagonista que, antes mesmo de Sergio Moro se filiar ao Podemos, em novembro do ano passado, sugeriu ao ex-juiz que ele concorresse ao Planalto pela União Brasil e topasse ter a deputada Renata Abreu como vice.
Como noticiamos mais cedo, essa possibilidade foi ventilada em reunião do Podemos nesta semana. Pela lei eleitoral, a troca de partidos poderá ocorrer até abril.
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Bozzella afirmou a este site que “o Podemos está se isolando no processo”.
“Se os caras não entenderam a magnitude do jogo, a Terceira Via é natimorta, não tem para onde seguir. Para fazer omelete, tem que quebrar os ovos.”
O deputado cobrou a concretização do discurso de 2021 de “todo mundo unido contra Bolsonaro e o PT“. No entender dele, a decisão sobre possível aliança entre União Brasil — o partido resultante da fusão do PSL com o DEM — e Podemos teria de sair nos próximos 40 dias.
“Se ficar o Moro em um lado, o Doria em outro, a União Brasil em outro, não vamos chegar a lugar algum e vamos ter que conviver com os arroubos e as maluquices do Bolsonaro e do PT. Não temos mais tempo a perder, tem que resolver isso nos próximos 30, 40 dias.”
Ele acrescentou:
“O Moro vai ficar no Podemos? Ok, fica lá no Podemos. A União Brasil vai servir a esse projeto? Não sei. O Moro tem que entender que sozinho, ele e o Podemos, é complicado. O Moro, hoje, está acima do Podemos. Ele vai precisar de estrutura, de estados, de palanques. O Podemos quer um projeto de partido ou de país? Se o Moro ficar lá, o Podemos pode crescer um pouco? Pode. Talvez seja esse o raciocínio do Podemos.”
Para Bozzella, em algum momento, João Doria, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, precisará entrar na conta do projeto Moro.
“Temos o Moro e o Doria. O resto é espuma. O Moro tem o estofo político. O Doria tem a máquina do estado de São Paulo, que não é pouca coisa. O Moro tem que tomar cuidado. O Doria tem que tomar o cuidado. E ambos têm de entender o tamanho da União Brasil. Podemos caminhar juntos. E aí não perderia ninguém. Agora, se não fizerem esse exercício desde já, não vamos conseguir alcançar nada.”
Do lado do Podemos, como temos noticiado, há o temor de que a possível aliança com a União Brasil possa “sufocar” o projeto Moro e “engolir” o partido que tem como bandeiras, por exemplo, o fim do fundão — a União Brasil terá a maior fatia do fundão em 2022.
Na semana passada, o senador Styvenson Valentim (RN), disse a este site que não apoia as negociações com o futuro novo partido: “O Moro não precisa disso”. Leia mais aqui.
Mais cedo, o senador Oriovisto Guimarães (PR), também do Podemos e entusiasta da candidatura de Moro, disse a O Antagonista desconhecer a possibilidade de o ex-juiz sair do partido. “Acho muito difícil que tal coisa possa acontecer”, emendou.
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