“Se Moro ficar dentro de uma bolha partidária, o projeto dele não terá êxito”
O deputado Julian Lemos (PB), um dos vice-presidentes do PSL, disse a O Antagonista que a filiação de Sergio Moro à União Brasil, partido resultante da fusão do PSL com o DEM, a ser confirmada em fevereiro pelo TSE, "seria o ideal". Moro filiou-se ao Podemos em novembro do ano passado. Como noticiamos mais cedo, a possibilidade de o ex-juiz da Lava Jato trocar de partido...
O deputado Julian Lemos (PB), um dos vice-presidentes do PSL, disse a O Antagonista que a filiação de Sergio Moro à União Brasil, partido resultante da fusão do PSL com o DEM, a ser confirmada em fevereiro pelo TSE, “seria o ideal”.
Moro filiou-se ao Podemos em novembro do ano passado. Como noticiamos mais cedo, a possibilidade de o ex-juiz da Lava Jato trocar de partido foi ventilada em reunião nesta semana. Pela lei eleitoral, a troca poderia ocorrer até abril.
Julian, que no início do ano transformou sua festa de aniversário em evento pró-Moro na Paraíba, afirmou que, “se Moro ficar dentro de uma bolha partidária, seja de qual partido for, o projeto dele não terá êxito”.
“O que aconteceu em 2018 [quando Jair Bolsonaro ganhou a eleição sem tempo de televisão e sem estrutura partidária] não irá se repetir em 2022”, acredita o deputado.
Julian disse também que o projeto de Moro “precisa ser macro, e não um projeto partidário ou voltado para o Legislativo”. Ele defende, claro, que a União Brasil poderá garantir ao ex-juiz uma “aliança ampla, capaz de atrair o voto de centro”, partindo do pressuposto que a esquerda, com o ex-presidiário Lula, tem garantido em torno de 30% dos votos.
“Moro é um excelente nome, tem a envergadura moral que o presidente Bolsonaro não tem. E o povo brasileiro está aí, é o mesmo povo de 2018. Hoje, a maioria do eleitorado do país é anti-Lula e anti-Bolsonaro — os dois são, na realidade, a mesma coisa. Mas os eleitores, os parlamentares, os empresários que apoiam Moro, que acreditam na candidatura do Moro, querem ver robustez, solidez, viabilidade. Sem isso, o Moro não subirá muito além do próprio recall, que são esses 10% aí que aparecem nas pesquisas até aqui. Desde o dia da sua filiação ao Podemos para cá, o Moro não cresceu absolutamente nada nas pesquisas, nada. Porque esse recall de 10% pertence a ele, são 10% dele.”
Julian elogiou o deputado Luciano Bivar e o advogado Antonio de Rueda, que comandam o PSL, e disse gostar da ideia de ter Renata Abreu, presidente nacional do Podemos, como vice na chapa encabeça por Moro.
“Sei que é algo muito difícil na política, mas o momento é de deixar a vaidade de lado e olhar o cenário matematicamente, estrategicamente. Eu faço votos para que Moro realmente tenha estrutura, mas uma estrutura competitiva.”
Do lado do Podemos, como temos noticiado, há o temor de que a possível aliança com a União Brasil possa “sufocar” o projeto Moro e “engolir” o Podemos. Na semana passada, o senador Styvenson Valentim (RN), por exemplo, disse a este site que não apoia as negociações com o futuro novo partido: “O Moro não precisa disso”. Leia mais aqui.
O senador Oriovisto Guimarães (PR), também do Podemos e entusiasta da candidatura de Moro, disse a O Antagonista desconhecer a possibilidade de o ex-juiz sair do partido. “Acho muito difícil que tal coisa possa acontecer”, emendou.
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