Saiba quem é Dominguetti, o incrível PM que disse ao governo ser capaz de vender vacinas
Luiz Paulo Dominguetti fala nesta quinta (1º) à CPI da Covid no Senado. Ele aparece na pauta da reunião como "representante da empresa Davati Medical Supply". Dominguetti ganhou as manchetes nacionais porque deu entrevista à Folha de S.Paulo...
Luiz Paulo Dominguetti Pereira fala nesta quinta (1º) à CPI da Covid no Senado. Ele aparece na pauta da reunião como “representante da empresa Davati Medical Supply”.
Dominguetti, cabo da PM de Minas Gerais, ganhou as manchetes nacionais porque deu entrevista à Folha de S.Paulo.
De acordo com a reportagem, publicada na noite desta terça (29), Dominguetti disse que o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, teria cobrado propina em um jantar em Brasília no fim de fevereiro: US$ 1 por dose da vacina AstraZeneca a ser fornecida pela Davati.
A exoneração de Roberto Ferreira Dias foi publicada no Diário Oficial ontem (30).
Segundo a reportagem da Folha, a empresa Davati buscou o Ministério da Saúde para negociar 400 milhões de doses do imunizante.
A AstraZeneca já deixou claro que não usa intermediários. No Brasil, a sua vacina é envasada pela Fiocruz. Em setembro de 2020, a AstraZeneca fechou contrato com a Fiocruz para a produção de 100,4 milhões de doses no Brasil.
A Davati Medical Supply admitiu em nota à imprensa que Luiz Paulo Dominguetti Pereira “intermediou a negociação da empresa com o governo”, como vendedor autônomo. Trechos dessa nota foram publicados pela própria Folha e pela CNN Brasil.
Mas O Globo trouxe uma informação a mais: o presidente da Davati, Herman Cárdenas, disse ao jornal que “nos disseram para inclui-lo, mas ele não estava nos representando. A Davati não tinha conhecimento de quem ele era, então presumimos que ele era representantes deles”.
Cárdenas não esclareceu quem são “eles”.
Naturalmente, com a atenção que recebeu, Dominguetti foi chamado à CPI da Covid. E hoje mirou suas acusações em um nome que tinha poupado na entrevista à Folha: o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF).
Dominguetti disse aos senadores que Luis Miranda queria participar da negociação da vacina supostamente oferecida pela Davati.
No esforço de provar isso, ele exibiu uma mensagem de áudio de Miranda, muito esquisita, na qual o deputado não fala a palavra ‘vacina’.
No áudio, Miranda usa o termo “prova de vida”, e fala de um comprador que “compra o tempo todo lá, em quantidades menores”, termo muito esquisito para se referir a uma vacina inédita no mercado.
O presidente da CPI, Omar Aziz, disse na sessão o seguinte:
“Há pouco, eu fui conversar com o deputado Luis Miranda, chamei outros membros da CPI (…) o que ele diz é que esse áudio é de 2020, que é uma negociação nos Estados Unidos, não tem nada a ver com o Brasil, é um áudio em que nem se falava em vacinas ainda, e que está editado aqui para prejudicá-lo”.
Aziz acrescentou que Miranda levou o áudio completo à polícia e que iria fornecê-lo à CPI.
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