Ruy Goiaba na Crusoé: Censurem a Bíblia
Na Crusoé que foi ao ar nesta sexta-feira (18), Ruy Goiaba (foto) comenta os ataques bolsonaristas ao filme de Danilo Gentili e a estranha alegação de que obras de ficção "normalizam" comportamentos criminosos...
Na Crusoé que foi ao ar nesta sexta-feira (18), Ruy Goiaba (foto) comenta os ataques bolsonaristas ao filme de Danilo Gentili e a estranha alegação de que obras de ficção “normalizam” comportamentos criminosos.
“O que ainda me espanta um pouco (…) é pessoas falarem em ‘normalização do abuso sexual’ numa obra de ficção em que o pedófilo é claramente o vilão da história. Como o próprio [Fábio] Porchat lembrou outro dia, vilões se caracterizam justamente por fazer coisas que vão do reprovável ao repulsivo — ou francamente abominável. Não é possível que pessoas bípedes, alegadamente com mais de dois neurônios funcionais, não enxerguem nenhuma diferença entre realidade e representação e achem que compete à ficção oferecer qualquer espécie de ‘exemplo’. Ou que a função da obra de arte, boa ou ruim, é ser um Manual do Escoteiro Mirim para pobres almas influenciáveis.
Nosso tempo é tão, mas tão progressista que, como um carro de Fórmula 1, dispara e acaba ficando atrás do último colocado. Estamos, neste momento, atrás de Aristóteles: uns 2.300 anos atrás, o filósofo grego já argumentava que uma tragédia, suscitando terror e piedade, provocava a purificação dessas emoções nos espectadores — essa purificação é a tal da ‘catarse’; confiram aí no dicionário ou no Google mais próximo. Ninguém que assista a Édipo Rei, por exemplo, sairá da peça achando que matar o pai e transar com a mãe é uma ideia bacaninha.”
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