Rosângela Moro transfere título de eleitor para o Paraná
Senador Sergio Moro (União Brasil) corre risco de ter seu mandato cassado. Caso isso ocorra, sua cadeira será disputada em um nova eleição
A deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-PR; foto) transferiu o seu título de eleitor do estado de São Paulo para o Paraná, à medida que o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) corre risco de ter seu mandato cassado.
A informação foi primeiro publicada pela Folha de S. Paulo e confirmada por O Antagonista.
Perseguição a Moro
Sergio Moro fez inimigos demais na política brasileira antes de resolver aceitar o convite desaforado de alguns desses desafetos e entrar no jogo político-partidário. Desde que decidiu se candidatar, recebeu um tratamento diferente dos pares, como reconheceu o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná, Sigurd Roberto Bengtsson, na quarta-feira, 6.
Bengtsson marcou para 1º de abril o julgamento das ações por meio das quais PT e PL, supostos adversários irreconciliáveis, pretendem tirar o mandato de senador do ex-juiz da Operação Lava Jato. O presidente do TRE-PR disse que se trata de um “caso complexo com resultado imprevisível” e disse que o tribunal que comanda ainda não tinha se debruçado sobre um processo parecido.
“Com essas peculiaridades, é inédito no Brasil”, comentou Bengtsson, como registra a Folha de S.Paulo. Petistas e liberais questionam os gastos da pré-campanha de Moro à Presidência da República. Dizem que o ex-juiz se beneficiou dessa publicidade prévia em sua campanha ao Senado, na qual venceu Paulo Martins (PL), que encampa a ação do PL, e o ex-senador Alvaro Dias.
Nunca antes
Os questionamentos de PT e PL têm sido comparados aos do caso da Juíza Selma, que perdeu o mandato no Senado em dezembro de 2019, mas não há nas denúncias contra Moro indicação de arrecadação ilícita de recursos.
Os procuradores eleitorais do Paraná, que recomendaram a cassação de Moro por abuso de poder econômico, argumentam, contudo, que “a autorização para realização de despesas de pré-campanha não implica em concessão de ‘carta branca’ para o emprego irrestrito de recursos financeiros”.
“A lisura e a legitimidade do pleito foram inegavelmente comprometidas pelo emprego excessivo de recursos financeiros no período que antecedeu o de campanha eleitoral, porquanto aplicou-se monta que, por todos os parâmetros objetivos que se possam adotar, excedem em muito os limites do razoável”, dizem os procuradores do Ministério Público Eleitoral do Paraná (MPE-PR).
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