Rodolfo Borges na Crusoé: O treinador inexistente
O técnico do Brasil precisa ganhar, como qualquer outro das maiores seleções do mundo. Quando não ganha, tem de encontrar outra forma de convencer a torcida
Em sua coluna esportiva para Crusoé, Rodolfo Borges faz uma análise para a edição desta semana sobre a imagem tão comentada de Dorival Júnior, treinadoe da Seleção Brasileira de Futebol, fora da rodinha dos jogadores antes das cobranças de pênaltis contra o Uruguai nas quartas de final da Copa América 2024.
Dorival Júnior se explicou. O treinador da seleção brasileira de futebol disse, em entrevista à ESPN, que nunca participou de rodinhas preparatórias para disputas de pênaltis, nem quando jogador, para não “incomodar jogadores em momentos como esse”. Segundo ele, foi o que ocorreu ao fim do tempo regulamentar nas quartas de final da Copa América 2024 contra o Uruguai.
“Estava procurando o próprio [goleiro] Alisson para ter uma conversa mais detalhada com ele, o quarto árbitro havia me chamado um pouco distante da roda, pedindo para que fizesse o corte de um atleta, já que o Uruguai havia perdido um jogador por expulsão, que ele não deveria fazer parte [das cobranças]. Eu não sabia o número do Arana, para cortá-lo, então estava o procurando para ver o número dele apenas”, justificou-se o treinador.
Dorival cobrou respeito e lamentou “que as pessoas façam avaliação de uma foto, colocação, gesto, atitude”. Mas nada do que ele diga será capaz de apagar a imagem do treinador da seleção brasileira de futebol de fora da roda dos jogadores que estavam prestes a ser eliminados da competição, ainda mais no contraste com a reverência dos uruguaios a Marcelo Bielsa.
Dorival usou durante a Copa América um agasalho em homenagem a Mário Jorge Lobo Zagallo, o maior campeão do mundo de futebol — duas vezes como jogador, uma como treinador e outra como auxiliar —, e não resistiu a repetir a expressão que imortalizou o homenageado, mas a seu modo ameno, sem a mesma convicção:
“Daqui a dois anos, essas mesmas pessoas que estão falando demais, e desnecessariamente, sem responsabilidade, talvez terão que engolir novamente uma grande conquista da nossa seleção.”
Se Dorival não conseguir vingar à frente da seleção brasileira, será exatamente por esse “talvez terão que engolir”. Ele já provou que é um bom treinador. Após o bicampeonato da Copa do Brasil, com Flamengo e São Paulo, e o triunfo na Libertadores da América com os rubro-negros, o técnico se tornou uma opção óbvia, entre as alternativas brasileiras, para o lugar de Fernando Diniz, já que Carlos Ancelotti não veio.
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