Rodolfo Borges na Crusoé: O tempo desperdiça o Vasco
Os gigantes ameaçados de rebaixamento no Brasileirão se acomodaram no trono da própria nobreza, mas há outros reinos se erguendo
Para a edição de número 321 de Crusoé, Rodolfo Borges escreve em sua coluna esportiva uma análise sobre a situação do Z4, zona de rebaixamento, no Campeonato Brasileiro. Tudo bem que, até aqui, são 12 rodadas, mas o fantasma do rebaixamento já assombra grandes clubes do futebol nacional.
“Pelo amor de Deus, vamos sentar no chão e contar histórias tristes sobre a morte de reis: como alguns foram depostos, alguns mortos em guerra, alguns assombrados pelos fantasmas que depuseram, alguns envenenados por suas esposas, alguns mortos dormindo, todos assassinados”, lamenta Ricardo II, em vias de ser deposto pelo primo Henrique, na peça de Shakespeare que leva seu nome. Esse é o clima do Z4 do Brasileirão 2024.
Não é de hoje que os maiores clubes do Brasil caem para a segunda divisão. Isso já ocorre há tanto tempo que alguns até já se acostumaram. O Vasco vai e volta, e parece que neste ano vai de novo. O Corinthians prepara a segunda queda com requintes de crueldade com sua torcida, e o Fluminense parecia inclinado a cumprir o destino de pagar a Série B, pelo menos até a demissão do impetuoso Fernando Diniz.
O Grêmio tem jogos a menos, por causa das enchentes no Rio Grande do Sul, mas, ao contrário do arquirrival Internacional, não consegue vencer jogando apenas fora de casa. E o gigante São Paulo, que parecia ter a casa arrumada após ganhar de forma retumbante a Copa do Brasil, claudica diante do cambaleante Vasco e sucumbe para o jovem Cuiabá, que não tem nem 30 anos, dentro da própria casa lotada — e esses estão longe de serem os únicos vexames recentes do tricolor paulista.
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