Renan provoca Lira: “Advocacia política de facínora”
Senador disse que o presidente da Câmara provou de "veneno resultante do próprio erro" após votação da prisão do deputado Chiquinho Brazão, detido no caso Marielle
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) aproveitou a demonstração pública de irritação de Arthur Lira (PP-AL) para tripudiar do adversário. O presidente da Câmara classificou o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, como “desafeto pessoal” e “incompetente” após atribuir ao governo Lula a versão de que ele saiu enfraquecido da votação que manteve a prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ).
Renan resumiu a cena da seguinte forma em seu perfil no X: “O ódio do pres. da Câmara contra o min. Padilha é o veneno resultante do próprio erro. Advocacia política de facínora, preso após provas robustas, é ainda uma afronta ao STF, que decidiu tecnicamente pela prisão.Terceirizar a incompetência não apaga o tiro no pé. Faltam 9 meses”.
Faltam nove meses para acabar o mandato de Lira como presidente da Câmara, e Renan atualiza o número com alguma periodicidade. Os dois se enfrentaram na disputa pela CPI da Braskem, criada a pedido do senador para machucar politicamente o prefeito de Maceió, JHC (PL), aliado de Lira.
Apesar de a CPI ter sido instalada, essa batalha acabou vencida por Lira — com uma ajuda involuntária do governo Lula, que tem suas razões para proteger a empresa de que é sócio —, pois Renan ficou sem a relatoria da comissão e acabou a abandonando.
E o Chiquinho?
A Câmara decidiu, sem muita convicção e por pouco votos, manter a prisão de Chiquinho Brazão, acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco, em 2018. A prisão de um parlamentar sempre desperta nos colegas um sentimento de grupo e Lira acabou encarado como o responsável pela tentativa de proteger Brazão, como disse Renan.
O presidente da Câmara negou na entrevista em que atacou Padilha.
“Essa notícia hoje, que você está tentando verbalizar, porque os grandes jornais fizeram, foi vazada do governo e basicamente do ministro Padilha, que é um desafeto, além de pessoal, incompetente”, disse o presidente da Câmara, completando:
“Não existe partidarização, eu deixei bem claro que ontem a votação é de cunho individual, cada deputado é responsável pelo voto que deu. Não tem nada a ver.”
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