Renan Filho na mira da Câmara após dizer que ‘traficantes’ preferem portos do Brasil
Deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) declarou, no pedido, que é necessária uma explicação urgente do ministro dos Transportes de Lula
O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), é alvo de um pedido de convocação de deputados de oposição ao governo Lula após ter afirmado, em entrevista à BBC News, que os traficantes de drogas preferem a ‘infraestrutura’ portuária e aeroportuária brasileira.
Durante viagem na Europa na semana passada, o ministro concedeu entrevista à BBC News para falar sobre os projetos de ferrovias e rodovias brasileiras. No entanto, ao defender a estrutura brasileira, o emedebista soltou a seguinte pérola:
“A droga inunda o Brasil por quê? Para acessar a nossa infraestrutura para ir para o mundo, porque os nossos portos e aeroportos são melhores. Eles não mandam droga pelos portos da Argentina, [lá] não tem porto. Mandam drogas pelos portos brasileiros para cá [Europa], que também são grandes consumidores.”
O ministro complementou: “E por que eles usam a nossa infraestrutura? Porque ela é melhor, se não ia pela Colômbia mesmo, já produz ali e já mete no Pacífico, no Atlântico, que eles têm passagem para os dois lados, e manda para os Estados Unidos. Eles mandam também um pouquinho de avião, mas o Paraguai e a Bolívia mandam tudo para o Brasil”.
Explicação urgente
O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) declarou, no pedido de convocação, que é necessária uma explicação urgente do auxiliar do presidente Lula.
“A afirmação do ministro Renan Filho levanta questões relacionadas à segurança pública e ao combate ao crime organizado. Em sua fala, o ministro destacou que a posição estratégica do Brasil, aliada à qualidade de seus portos e aeroportos, faz com que os criminosos escolham rotas brasileiras para o escoamento de entorpecentes destinados aos mercados internacionais, como os da Europa e dos Estados Unidos”, declarou o parlamentar.
“A convocação do ministro é fundamental para que ele explique, com detalhes, os dados que embasaram sua afirmação, além de fornecer informações sobre as medidas que o Ministério dos Transportes está adotando ou pretende implementar para reduzir o uso de portos e aeroportos brasileiros pelo crime organizado”, acrescentou.
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