Relatório final da transição é peça de propaganda; leia a íntegra
Geraldo Alckmin (foto), vice-presidente eleito, apresentou nesta quinta-feira (22) o relatório final da transição de governo. Com 100 páginas -- 27 delas dedicadas apenas a reproduzir os nomes dos participantes --, o documento resume as conclusões dos 32 grupos de trabalho. Não se trata de um documento técnico, mas de outra peça de propaganda de Lula...
Geraldo Alckmin (foto), vice-presidente eleito, apresentou nesta quinta-feira (22) o relatório final da transição de governo. Com 100 páginas — 27 delas dedicadas apenas a reproduzir os nomes dos participantes –, o documento resume as conclusões dos 32 grupos de trabalho. Não se trata de um documento técnico, mas de outra peça de propaganda de Lula.
“Infelizmente tivemos um retrocesso em muitas áreas. O governo federal andou para trás e o estado que o presidente Lula recebe é muito mais triste e difícil do que anteriormente”, disse Alckmin.
Alguns dos pontos no relatório reproduzem dados conhecidos, como as 14 mil obras paradas identificadas pelo TCU e a falta do reforço da vacinação contra a pólio em cerca de 50% das crianças, assim como a redução de 90% no orçamento da cultura.
“Isso não é austeridade, é ineficiência de gestão”, disse o vice, ao se referir a registros de desmatamento, redução de estoques de alimentos e aumento dos feminicídios.
Vários trechos do relatório reforçam o tom político, deixando aparente que a campanha não terminará tão cedo. Quando cita o crescimento médio do PIB de 1%, a desvalorização do câmbio e a inflação, o grupo de transição ignora os dois anos de pandemia e o impacto da guerra na Ucrânia.
“O legado dos últimos anos foi marcado por baixo crescimento, inflação alta, perda de poder de compra do salário e perda de credibilidade do arcabouço fiscal, que culminou em uma proposta irrealista de lei orçamentária para 2023”, afirma o documento, em tom panfletário.
Falta respaldo técnico também na lista com a recomposição orçamentária cobrada pelo futuro governo. O valor de R$ 145 bilhões foi aprovado ontem pelo Congresso na PEC da Gastança, mas não há cálculos que o respaldem — o que ajuda a explicar o sigilo imposto pelos GTs os relatórios setoriais anunciados nas últimas semanas.
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