Reale Jr., sobre Bolsonaro na ONU: “Defesa antecipada de um réu confesso”
Miguel Reale Júnior, que comandou um grupo de advogados que elaborou para a CPI da Covid um documento com a lista de todos os crimes cometidos por Jair Bolsonaro durante a pandemia, comentou com O Antagonista o discurso de ontem do presidente na Assembleia Geral da ONU. O jurista criticou especificamente o trecho em que Bolsonaro atacou gestores locais pelas medidas de isolamento social em meio à pandemia...
Miguel Reale Júnior, que comandou um grupo de advogados que elaborou para a CPI da Covid um documento com a lista de todos os crimes cometidos por Jair Bolsonaro durante a pandemia, comentou com O Antagonista o discurso de ontem do presidente na Assembleia Geral da ONU.
O jurista criticou especificamente o trecho em que Bolsonaro atacou gestores locais pelas medidas de isolamento social em meio à pandemia.
“É estranho um presidente ir ao encontro da ONU para culpar governadores e prefeitos pelo insucesso da economia, ao adotarem medidas universalmente aceitas. Se diz o presidente que desejou cuidar da economia e da saúde ao mesmo tempo, ele foi um fracasso nos dois campos e precisava de uma desculpa para o insucesso, reafirmando ter agido com boa-fé. É a defesa antecipada de um réu confesso e com mais uma mentira: ‘Fiz, mas fiz com boa intenção’.”
Ao Congresso em Foco, ontem, Reale Júnior havia dito que o presidente se autocriminou ao insistir na defesa do tal “tratamento precoce”, sem eficácia contra a Covid.
“Era uma confissão. Ele confessa que usava cloroquina, que mandava cloroquina e ainda vai ao púlpito da ONU fazer campanha da cloroquina. Reforça o crime catalogado na nossa legislação como charlatanismo.”
O jurista acrescentou:
“Ingenuamente, ele tenta manter o mesmo discurso e a defender seus atos como uma antecipação da defesa em um processo de impeachment.”
Sobre o fato de Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, ter testado positivo para Covid, Reale Júnior reforçou a este site a necessidade do isolamento de toda a comitiva, conforme recomendou a Anvisa.
“O isolamento deve, claro, incluir o presidente, prisioneiro de seu obscurantismo.”
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