R$ 3,7 bilhões em emendas do Orçamento Secreto ainda escondem seu real autor
O Congresso Nacional destinou R$ 3,7 bilhões em emendas do relator deste ano ao que o Legislativo denomina "usuários externos". A prática, de cadastrar as verbas liberadas em nome de terceiros - e não aos deputados e senadores que as autorizaram...
O Congresso Nacional destinou R$ 3,7 bilhões em emendas do relator deste ano ao que o Legislativo denomina “usuários externos”. A prática, de cadastrar as verbas liberadas em nome de terceiros – e não aos deputados e senadores que as autorizaram – é uma prática que foi adotada para burlar o que determinou o STF no ano passado.
O montante é 34% dos quase R$ 11 bilhões destinados por emendas parlamentares ao Orçamento desse ano.
Algumas das emendas estão entre as maiores liberadas este ano: uma de R$ 50 milhões é assinada por Andressa de Souza Brito e diz que servirá para concluir a obra do novo Pronto-Socorro do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). O local é um dos centros políticos do atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
Uma das emendas atendida em nome de Aldenira Pereira Miranda libera R$ 25 milhões para que a prefeitura de Macapá construísse um viaduto ligando uma rodovia a uma rua na capital do Amapá. O estado é o berço político de Davi Alcolumbre (União-AP), que antecedeu Pacheco na presidência e hoje ocupa a liderança da CCJ na Casa.
Outra emenda gorda foi liberada para aquele estado, dessa vez com menos desfaçatez: há um aporte autorizado de R$ 40 milhões em nome da Companhia do Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) que, apesar de atender ao estado, foi pensada para desenvolver a bacia de um rio que passa a 1.500 km dali.
A justificativa foi lacônica: o valor servirá para “apoio à infraestrutura produtiva, compreendendo: pavimentação de vias, trazendo melhorias significativas na mobilidade no estado do Amapá.”
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