Quanto Bolsonaro vai tirar de vocês hoje?
As empresas listadas na Bovespa perderam R$ 195 bilhões em valor de mercado ontem, com a queda de 3,8%. Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil perderam juntas R$ 28,7 bilhões. Ambev, Itaú, Bradesco e Vale viram desaparecer mais de R$ 52 bilhões. Hoje, o mercado tenta reagir, apesar da paralisação dos caminhoneiros e sem perspectiva de uma saída para a crise política...
As empresas listadas na Bovespa perderam R$ 195 bilhões em valor de mercado ontem, com a queda de 3,8%. Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil perderam juntas R$ 28,7 bilhões. Ambev, Itaú, Bradesco e Vale viram desaparecer mais de R$ 52 bilhões. Hoje, o mercado tenta reagir, apesar da paralisação dos caminhoneiros e sem perspectiva de uma saída para a crise política.
“Em um único dia perdemos em valor de mercado o equivalente ao banco Bradesco, que é a quinta maior empresa dentro do índice“, diz o economista Einar Rivero, da Economática, ao Globo.
A confusão instalada em Brasília — e que se alastra pelo país — eleva o custo do risco e afasta o investimento. Impacta a agenda de reformas que visam o médio e longo prazos, mas também as soluções técnicas para problemas imediatos, como a conta de R$ 89 bilhões em precatórios pendurada no orçamento de 2022.
Soma-se a esse cenário agora o possível desabastecimento decorrente da paralisação dos caminhoneiros, que deve impulsionar ainda mais a inflação. Como registramos mais cedo, o IPCA já acumula alta de 9,68% em 12 meses. No último més, foi puxado pelo setor de transporte.
Na reunião ministerial de ontem, Jair Bolsonaro jogou no colo de seus ministros a busca por soluções para o imbróglio com o Supremo, criado e alimentado pelo próprio. Ao mesmo tempo, sugeriu que a Polícia Federal deixe de cumprir as decisões judiciais, especialmente as que saem da caneta de Alexandre de Moraes.
É absurdamente patético e a patetice presidencial permeia as conversas dos empresários de elite, como registram o Valor e o Globo.
“Precisamos ter foco em confiança, geração de emprego e retomada da economia, principalmente depois da pandemia. A instabilidade institucional aumenta a insegurança jurídica, o risco-Brasil, traz danos à imagem, como agora, com muitas fronteiras fechadas para brasileiros em função da reputação do Brasil”, diz Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil.
Para o presidente da Abiplast e vice-presidente da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, o presidente foi longe demais. “Bolsonaro puxou demais a corda, a ponto de que isso pode não ter volta. É muito ruim porque tira o foco de uma agenda de reformas que o país precisa, de recuperação econômica.”
A única certeza para esses agentes econômicos é que Legislativo e Judiciário precisam cumprir seu papel institucional. “A ameaça de ruptura ficou mais clara. Vai ser um grande teste ver como a Câmara, o Senado e o Judiciário vão conduzir essa crise”, resume Jayme Garfinkel, presidente do conselho de administração da Porto Seguro.
Alguém aí quer o telefone do Arthur Lira?
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