Qual o segredo da Daniela do Waguinho?
Quando Daniela do Waguinho foi chamada hoje ao Palácio do Planalto para uma conversa com o presidente Lula, nove em cada dez parlamentares já davam como certa a exoneração da ministra do Turismo. O roteiro estava...
Quando Daniela do Waguinho foi chamada hoje ao Palácio do Planalto para uma conversa com o presidente Lula, nove em cada dez parlamentares já davam como certa a exoneração da ministra do Turismo. O roteiro estava traçado. Daniela seria demitida e Lula teria a promessa de que, finalmente, boa parte do União Brasil desembarcaria de mala e cuia para a base governista.
Contudo, Deus enfiou na nossa vida as tais conjunções adversativas. No imbróglio envolvendo a Daniela do Waguinho, a conjunção adversativa lulista chama-se Waguinho, o da Daniela, o prefeito de Belford Roxo (RJ).
Lula imaginava que ao prometer emendas, cargos e uma maior influência a Waguinho e seus aliados no entorno de Belford Roxo, ele engoliria fácil a exoneração da esposa. Nada feito. Waguinho, o marido, mostrou a Lula que foi um aliado importante. Ainda mais em uma região dominada pelo bolsonarismo e por milícias no Rio de Janeiro. Não é uma fatura que se pague com meia dúzia de cargos de segundo e terceiro escalões.
Para quem não lembra, o casal Waguinho tem ligações com o “bonde do Jura”, a maior milícia de Belford Roxo, grupo liderado pelo ex-policial militar Juracy Alves Prudêncio. Para quem não lembra, Prudêncio foi condenado por homicídio e formação de quadrilha nos anos 2000. E ainda, para quem não lembra, o terceiro-sargento bombeiro Márcio Pagniez, o Marcinho Bombeiro, emplacou alguns aliados para cargos na prefeitura de Belford Roxo. A do Waguinho, o marido.
Quando surgiram as primeiras denúncias sobre supostos vínculos entre os Waguinhos e milicianos, um importante aliado de Lula, que hoje faz parte da Esplanada dos Ministérios, me disse com todas as letras que “todo político carioca tem apoio e medo de milícia. Isso não pode ser desconsiderado”.
Ao dar uma sobrevida à Daniela do Waguinho, Lula levou este detalhe em consideração e o petista pediu tempo para achar uma saída honrosa a sua aliada. A questão agora é se o União Brasil dará esse tempo todo a Lula. Pelos humores de alguns líderes do partido, Lula já fez a sua escolha. E essa escolha não foi o União Brasil.
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