Protesto no Alvorada: “Educação continua desvalorizada”
"Eles não têm uma proposta, não apresentam nada de concreto. A educação continua sendo desvalorizada, a gente esperava muito mais desse governo", desabafou uma servidora pública
Servidores federais e professores universitários foram à porta do Palácio da Alvorada nesta quinta-feira, 18, protestar por aumento salarial e reestruturação de carreira.
Os grevistas chegaram por volta das 7h, mas não puderam ir até o portão do palácio, aberto à visitação só a partir das 10h. Cerca de cem pessoas ficaram na barreira, falando por alto-falante e megafone, pedindo que o presidente fosse até eles —mas não foram atendidos.
As categorias têm reclamado que as negociações com o Ministério da Educação não têm avançado:
“A gente está entendendo que as mesas de negociação não têm avançado: só fica no discurso. A gente sai com eles dizendo que a recomposição é atrelada ao orçamento e que vai ter pauta não econômica atendida, mas nem isso acontece“, reclama Jennifee Web, diretora do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior).
“Nós fizemos campanha para o Lula porque precisávamos. Não tem arrependimento, mas frustração. Ele diz que valoriza a educação na mídia, mas não na prática”, reclamou Ivanilda Reis, coordenadora da Fasubra (federação de sindicatos dos técnico-administrativos em instituições de ensino superior públicas).
“Eles não têm uma proposta, não apresentam nada de concreto. A educação continua sendo desvalorizada, a gente esperava muito mais desse governo“, desabafou, por sua vez, Patrícia Sebastião, servidora da UFRRJ
Enrolação
Os servidores também criticaram a decisão do governo de construir cem novos institutos federais até 2026. Pediram que o dinheiro fosse para os salários dos funcionários e para a melhoria dos IFs já existentes:
“Não tem como não chamar de enrolação. Queremos que o MEC apresente proposta de fato. Elegemos o governo para que a educação e a saúde sejam prioridade. Não para dar dinheiro para banqueiro e empresário”, declarou Loiva Chances, também da Fasubra
Professores de universidades, centros de educação tecnológicas e institutos federais das cinco regiões do Brasil entraram em greve na segunda-feira, 15.
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