“Pressenti que algo de errado estava por vir”, diz Bolsonaro sobre 8/1
"Imagina se em 30 de dezembro de 2022 eu não tivesse saído do Brasil, onde eu estaria numa hora dessa?", questionou o ex-presidente na CPAC
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL; foto) afirmou neste sábado, 6 de julho, que “pressentiu algo de errado” antes dos atos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Em discurso no encerramento do primeiro dia da CPAC Brasil, em Balneário Camboriú (SC), Bolsonaro citou a viagem para Orlando, nos Estados Unidos, no final de seu mandato.
“Imagina se no dia 30 de dezembro de 2022 eu não tivesse saído do Brasil, com o 8 de Janeiro acontecendo, onde eu estaria numa hora dessa? Não sabia o que iria acontecer, mas pressentia que algo de errado estava por vir”, afirmou.
Bolsonaro disse que ainda que “não vai recuar” mesmo com investigações da Polícia Federal em curso contra ele.
“Apesar de a PF ter ido três vezes na minha casa, hoje já tenho trezentos e poucos processos ainda. Vale a pena. A gente não vai recuar.”
A declaração foi feita dois dias depois de o ex-presidente ter sido indiciado pela PF por associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos no inquérito das joias sauditas.
No exercício do mandato, o então presidente ganhou joias e outros presentes que, de acordo com investigações, começaram a ser negociados nos Estados Unidos em junho de 2022.
Relembre o caso das joias sauditas
As suspeitas vieram à tona em março de 2023, a partir de reportagens do jornal O Estado de S. Paulo.
O jornal revelou que a Receita Federal reteve, em 2021, um estojo feminino com joias Chopard que teria sido enviado pelo governo da Arábia Saudita à primeira-dama Michelle Bolsonaro.
No mesmo mês, a PF abriu um inquérito para apurar a movimentação das joias.
O estojo estava na mochila de um assessor do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, que havia voltado de uma viagem oficial à Arábia Saudita. O assessor não declarou os bens ao chegar ao Brasil.
Depois desse caso, a polícia passou a investigar também a movimentação de um kit masculino da Chopard (incluindo caneta, anel, abotoaduras, rosário árabe e relógio); dois relógios (um da marca suíça Rolex, acompanhado por joias, e outro da marca suíça Patek Philippe) e duas esculturas folheadas a ouro.
Em abril, Jair Bolsonaro e Mauro Cesar Barbosa Cid já haviam prestado depoimento à PF sobre as joias. Em 11 de agosto, em outra etapa da investigação, a PF conduziu a operação Lucas 12:2, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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