Por que Cid mantinha comandante a par de planos de golpe
Coronel do Exército Mauro Cid, que prestou longo depoimento à PF na segunda-feira, disse por que o comandante do Exército queria saber de tudo
Mauro Cid, o tenente-coronel que atuou como braço direito de Jair Bolsonaro nos seus quatro anos de mandato, explicou em depoimento à Polícia Federal o porquê de manter o comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes (foto) a par das negociações por uma minuta de golpe de Estado.
Segundo informações do jornal O Globo, o general mostrava preocupação com o tema e pedia atualizações constantes ao braço-direito de Jair Bolsonaro. Freire Gomes — escolhido em março de 2022 pelo então presidente— queria, segundo Mauro Cid entender quem estava inflamando Jair Bolsonaro a tomar essa decisão, assim como o humor de Jair Bolsonaro para estas ideias.
A comunicação entre Cid e Freire Gomes já havia sido captada em um áudio enviado em dezembro de 2022 pelo tenente-coronel ao general. No áudio, transcrito pela PF, ele dizia ao comandante que “Hoje o que ele [Bolsonaro] fez de manhã? Ele enxugou o decreto, né? Aqueles considerandos [sic] que o senhor viu e enxugou o decreto, fez um decreto muito mais, é… Resumido, não é?”
Depoimento
Cid esclareceu todos os pontos abordados pelos agentes durante depoimento prestado ontem à noite na sede da PF em Brasília. Durante a oitiva, que durou aproximadamente nove horas, o ex-ajudante de ordens esclareceu aos policiais pontos considerados obscuros em seus depoimentos anteriores.
Mauro Cid deixou a sede da PF por volta das 12h15 desta terça-feira. A oitiva começou aproximadamente às 15h. Durante o depoimento, os agentes questionaram Mauro Cid sobre a reunião ministerial em que se discutiu a suposta minuta do golpe, sobre a participação do ex-ministro da Justiça Anderson Torres na elaboração do documento e a respeito da participação ou não do ex-comandante do Exército Freire Gomes.
Em depoimento, Freire Gomes disse que se opôs às tratativas golpistas encabeçadas por tenentes e tenentes-coronéis. Ele também implicou o ex-presidente na suposta trama golpista.
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