Policial ganha R$50 mil por perda auditiva em treino de tiro
Indenização para policial militar após perda auditiva em treino de tiro, reforçando a importância da proteção auricular.
O Tribunal de Justiça de São Paulo, por meio da 3ª Câmara de Direito Público, confirmou a condenação do Estado ao pagamento de R$ 50 mil a um policial militar, devido à perda auditiva sofrida durante um curso de tiro. O incidente resultou de instruções alegadamente inadequadas dos coordenadores do curso, que orientaram contra o uso de protetores auriculares nos primeiros disparos.
Detalhes do Incidente e Repercussões
Durante o Estágio Especial de Habilitação para Usuário de Pistola semiautomática .40, o policial foi aconselhado a realizar os primeiros tiros sem proteção auricular, com o objetivo de adaptar-se ao barulho. Este conselho resultou em dores agudas e zumbido persistente no ouvido direito do oficial, sintomas que foram ignorados por temor a represálias.
Impacto e Sequelas: O relatório médico oriundo da sindicância contra os instrutores aponta uma perda auditiva permanente causada por trauma acústico. A desembargadora Paola Lorena, ao avaliar o caso, ressaltou a gravidade das sequelas sofridas pelo policial, enfatizando a clara relação causa-efeito entre o método de treinamento e as lesões auditivas.
Decisão Judicial e Responsabilidades
A juíza Luisa Helena Carvalho Pita, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Ribeirão Preto, inicialmente sentenciou o caso, que mais tarde foi sustentado pelo tribunal superior ao negar o recurso da Fazenda Pública do Estado. A decisão reflete um entendimento de negligência no âmbito do treinamento oferecido, coligado ao sofrimento pessoal irrecuperável do policial afetado.
Reações e Medidas Futuras
A Procuradoria do Estado manifestou estar analisando o acórdão para definir possíveis ações recursais. Este caso sublinha a importância de estritos protocolos de segurança e proteção individual durante treinamentos policiais intensivos, especialmente em atividades que envolvem riscos significativos como o manejo e disparo de armas de fogo.
A condenação busca não apenas compensar o policial afetado mas também promover uma revisão das práticas de treinamento, para garantir que a segurança dos agentes seja sempre a prioridade. O diálogo sobre medidas de proteção adequadas e a conscientização sobre os riscos de negligenciá-las são essenciais para prevenir futuros incidentes semelhantes.
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