Polícia investiga possível lavagem de dinheiro de sites de apostas Polícia investiga possível lavagem de dinheiro de sites de apostas
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Polícia investiga possível lavagem de dinheiro de sites de apostas

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Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 07.10.2024 10:56 comentários
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Polícia investiga possível lavagem de dinheiro de sites de apostas

Documentos mostram possíveis transações fraudulentas envolvendo casas de apostas e pessoas na lista da Interpol

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Polícia investiga possível lavagem de dinheiro de sites de apostas
Foto: Reprodução

Uma investigação conduzida pela Polícia Civil de Pernambuco aponta movimentações financeiras suspeitas realizadas por casas de apostas e suas operadoras. Essas transações envolvem grandes quantias de dinheiro vivo, transferidas entre contas de mesma titularidade ou entre sócios, além de incluir nomes listados na Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal.

A suspeita é que essas operações sejam parte de uma estratégia de lavagem de dinheiro, ocultando a verdadeira origem e o destino dos recursos.

Relatórios confirmam suspeitas

Os documentos aos quais a reportagem da Folha de S. Paulo teve acesso foram elaborados com base em informações fornecidas pelo Ministério da Justiça, Banco Central e pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

A apuração teve início com a investigação da Esportes da Sorte, uma popular casa de apostas, e expandiu para incluir a influenciadora digital Deolane Bezerra e o cantor Gusttavo Lima. Também está sendo investigada a empresa PayBrokers, uma facilitadora financeira que atua como intermediária de operações de apostas.

Segundo o relatório, a PayBrokers é citada por movimentar mais de R$ 3,9 bilhões em transações classificadas como suspeitas. A empresa afirmou seguir as normas do Banco Central e que todas as transações são rastreáveis, operando principalmente via Pix. As movimentações para o exterior, de acordo com a empresa, também são monitoradas por instituições de fiscalização.

PayBrokers nega irregularidades

A empresa justificou que as movimentações financeiras entre contas de mesma titularidade fazem parte de procedimentos de segurança e que todas as transações são declaradas. Em nota, enviada à Folha, a PayBrokers afirmou que possui uma equipe especializada em prevenção à lavagem de dinheiro, que analisa qualquer suspeita de irregularidade. Caso as dúvidas persistam, as transações são reportadas ao Coaf.

Sobre a citação de nomes da lista da Interpol, a PayBrokers declarou que os usuários não foram identificados em listas restritivas e que suas transações passam por uma rígida análise de compliance.

A Esportes da Sorte, por sua vez, afirmou que as acusações contra a empresa são infundadas e que colabora ativamente com as investigações.

Movimentações milionárias e o envolvimento da Interpol

Relatórios da Polícia Civil de Pernambuco indicam que a PayBrokers e suas filiais registraram movimentações financeiras suspeitas de terceiros, totalizando R$ 3,9 bilhões, entre 2020 e 2024. Entre as transações, destacam-se dez realizadas por pessoas que constam na lista da Interpol. Os valores, que variam de R$ 15 a R$ 3.900, somam cerca de R$ 10 mil.

Um dos indivíduos envolvidos é suspeito de associação ilícita e fraude com cartões de crédito, enquanto outro é acusado de falsificação de dinheiro e cartões.

Além disso, a polícia identificou que a PayBrokers movimentou R$ 900 milhões entre contas de mesma titularidade, o que levanta ainda mais suspeitas sobre possíveis práticas de lavagem de dinheiro.

Esportes da Sorte sob pressão

A operação que resultou na apreensão de valores em dinheiro vivo, em um ponto de jogo do bicho vinculado à Esportes da Sorte, foi um dos principais desdobramentos da investigação.

A PayBrokers, que opera financeiramente para a Esportes da Sorte e diversas outras casas de apostas, foi responsável por transferências significativas, inclusive R$ 19,5 milhões em apenas um ano. Parte desse montante foi intermediada pela facilitadora.

Relatórios detalham também depósitos em dinheiro vivo em valores altos, como R$ 200 mil e R$ 150 mil, que, de acordo com a polícia, não foram reportados ao Banco Central, como exigido para transações acima de R$ 50 mil.

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