O PL, de Jair Bolsonaro, doou 300 mil reais para a campanha de Chico Mendes (à direita na foto), candidato a prefeito do União Brasil em Diamantino (MT) e irmão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O partido do ex-presidente também indicou o empresário Antônio da Carol como candidato a vice na chapa de Chico Mendes, que já foi prefeito de 2001 a 2008.

Dono de um patrimônio de 56,4 milhões de reais, o irmão de Gilmar passou 16 anos apenas atuando nos bastidores da política local.

“Isso aí já entrou para a história”

Em 8 de abril, Bolsonaro incluiu Diamantino em sua rota de visitas no Mato Grosso a pedido do senador Wellington Fagundes (PL) e da deputada Amália Barros (PL), que morreu em maio, para declarar apoio à candidatura do irmão do decano do STF.

A visita incluiu uma rápida conversa por telefone entre Bolsonaro e Gilmar Mendes.

“Se houve alguma aresta entre os dois, acredito que isso [a aliança] representa uma aproximação”, disse o senador Wellington Fagundes (PL-MT) na época.

Em evento, ao lado de Bolsonaro, Chico Mendes celebrou o apoio do ex-presidente: “Isso aí já entrou para a história”.

As conversas semanais entre Bolsonaro e o irmão de Gilmar

À Folha de S.Paulo, o irmão de Gilmar afirmou que conversa toda semana, por mensagens de texto, com o ex-presidente e aliado político.

Ele, no entanto, disse que não trata de decisões jurídicas com Bolsonaro.

“A gente fala de tudo, menos de um assunto jurídico. Ele tem uma timidez característica e sequer menciona o assunto. Nós evitamos, até para que eu não seja uma ponte que possa ligar ele ao ministro Gilmar.”

Gilmar Mendes na campanha do irmão

Em 24 de agosto, Chico Mendes publicou no Youtube um vídeo sobre a trajetória de sua mãe, Nilde Alves Mendes, que morreu em 2007.

No vídeo, ele e os irmãos Gilmar, Moacyr e Conceição fazem depoimentos sobre a mãe.

A relação entre Bolsonaro e Gilmar

Embora Gilmar Mendes tenha criticado Bolsonaro publicamente, antecipando sua posição sobre os casos ainda em fase de inquérito, o entendimento entre o decano e o ex-presidente não surpreende.

Quando estava no poder, o ex-presidente distribuiu cargos a marido de assessora de Gilmar, assim como a primo e a advogado do ministro.

Gilmar votou pelo foro privilegiado retroativo de Flávio Bolsonaro, filho mais velho do ex-presidente.

Parceiros ou adversários?

No poder, Bolsonaro distribuiu cargos a marido de assessora de Gilmar, primo de Gilmar e advogado de Gilmar.

Gilmar votou pelo foro privilegiado retroativo de Flávio.

Agora, o investigado Bolsonaro foi a Diamantino-MG apoiar o irmão de Gilmar, candidato a prefeito.

Entenderam?

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