PF: militares redigiram carta para pressionar comando do Exército em tentativa de golpe
Documento em questão foi recebido pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, do Exército
A Polícia Federal conseguiu identificar dois militares que teriam colaborado na redação de uma carta que pressionava o então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes.
A informação é da Folha de S. Paulo.
Segundo a investigação da PF, os autores da carta seriam o coronel Giovani Pasini e o coronel Alexandre Bitencourt.
O documento em questão foi recebido pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, na noite de 28 de novembro de 2022.
Essas informações constam no relatório da Polícia Federal que serviu de embasamento para os pedidos de prisão e busca realizados no dia 8 de fevereiro de 2023, na Operação Tempus Veritatis.
Cabe lembrar que militares são proibidos por leis e regulamentações de realizar manifestações coletivas, seja para expressar atos de superiores ou em caráter político ou reivindicatório.
Ao perceber a circulação da carta entre os oficiais, o Alto Comando do Exército decidiu alertá-los acerca das consequências de aderir ao manifesto.
Valdemar e Bolsonaro na mira da PF
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, foram alvos de busca e apreensão da operação Tempus Veritatis, deflagrada nesta quinta, 8, pela Polícia Federal.
Além deles, os ex-ministros Anderson Torres, Walter Braga Netto e Augusto Heleno também foram alvos da operação.
Dois ex-assessores de Bolsonaro foram presos. São eles: Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens, e Filipe Martins, ex-assessor internacional do governo Bolsonaro.
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A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira, 8, Filipe G. Martins, ex-assessor de assuntos internacionais de Jair Bolsonaro. A prisão ocorreu em Ponta Grossa, no Paraná, no âmbito da Operação Tempus Veritatis, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Ela mira uma organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, na descrição da polícia.
Martins foi apelidado de “Sorocabannon” em referência a Steve Bannon, ex-assessor de Donald Trump e estrategista político referência para a direita alternativa americana. O ex-assessor de Bolsonaro é de Sorocaba (SP).
Segundo a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Martins foi mencionado como responsável por levar uma minuta golpista ao então presidente. As reuniões ocorreram fora da agenda oficial e viraram alvo de investigação.
A PF encontrou uma cópia da minuta durante as buscas na casa de Anderson Torres, ex-secretário de Segurança do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro. A minuta de decreto supostamente permitiria ao ex-presidente Bolsonaro instaurar estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após a derrota para Lula na eleição.
A operação
Segundo a PF, a operação também tem como objetivo apurar se esse grupo obteve vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República — Bolsonaro — no poder.
A PF informou que estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.
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