PF investiga manipulação de resultados no futebol brasileiro
De acordo com as investigações, os apostadores pareciam já saber que uma das equipes envolvidas seria derrotada no primeiro tempo por dois gols ou mais
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira, 26, a Operação Jogo Limpo. O foco está em possíveis manipulações no resultado de um jogo do campeonato brasileiro da série D, ocorrido no interior de São Paulo.
Foram expedidos, sob ordem judicial de São Paulo, onze mandados de busca e apreensão em várias cidades, incluindo São José do Rio Preto e São Paulo, além de municípios no Rio de Janeiro, como Tanguá e Nova Friburgo. A operação também se estendeu até Patrocínio, em Minas Gerais.
Manipulação de resultados
Especialista em detectar fraudes em apostas esportivas, a Sportradar indicou que apostadores pareciam já saber que uma das equipes envolvidas seria derrotada no primeiro tempo por dois gols ou mais.
A Sportradar, responsável por ter descoberto o possível esquema, tem atuado desde 2005 na prevenção de manipulações de resultados e fraudes associadas a apostas esportivas. A empresa possui vasta experiência servindo a federativas desportivas e autoridades na erradicação da corrupção no esporte.
Suspeito acertou 99% de suas apostas
Os indícios apontados pela Sportradar mostraram que 99% das apostas realizadas foram em acordo com o desfecho suspeito, alertando para uma possível combinação de resultados arranjada anteriormente ao jogo. Este indício foi corroborado pelo touchdown de três gols pela equipe visitante, incluindo um contra, já no primeiro tempo da partida.
Segundo apuração da polícia, determinada empresa teria firmado parceria com um dos clubes e vários jogadores por ela agenciados foram contratados. A investigação visa apurar a influência de tais pessoas no resultado da partida.
A PF informou que trata-se, em tese, dos crimes contra a incerteza do resultado esportivo, que encontram as condutas tipificadas na Lei Geral do Esporte, com penas de dois a seis anos de reclusão.
Operação Penalidade Máxima
Em abril do ano passado, O Ministério Público de Goiás deflagrou a Operação Penalidade Máxima II para investigar manipulação de resultados em jogos da Série A do Brasileirão.
Segundo o MPGO, havia suspeitas de que a organização criminosa investigada tenha atuado em pelo menos cinco jogos da Série A do Campeonato Brasileiro em 2022 e em cinco partidas de Campeonatos Estaduais.
Em nota, o Ministério Público afirmou que o grupo aliciou jogadores profissionais de futebol, com oferta de valores entre R$ 50 mil a R$ 100 mil.
“A investigação indica que as manipulações eram diversas e visavam, por exemplo, assegurar a punição a determinado jogador por cartão amarelo, cartão vermelho, cometimento de penalidade máxima, além de assegurar número de escanteios durante a partida e, até mesmo, o placar de derrota de determinado time no intervalo do jogo”, afirmou o MPGO.
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