PF investiga comércio e tráfico internacional de armas no RJ
Entre os itens apreendidos estavam 261 carregadores de alta capacidade, utilizados por milicianos e traficantes
A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira, 4, uma operação para apurar a prática de tráfico internacional de armas de fogo e acessórios, originados dos Estados Unidos. A ação, denominada Operação Ficção ou Realidade, também tem como objetivo investigar o comércio clandestino de material bélico para facções criminosas e milícias do Rio de Janeiro.
As investigações tiveram início a partir de informações obtidas pela Receita Federal, que foram repassadas à Delegacia de Repressão a Crimes contra Patrimônio e ao Tráfico de Armas da Superintendência da PF no Rio de Janeiro. A apuração revelou a participação de um grupo responsável pela importação irregular desse tipo de material.
Armas vindas dos EUA
Segundo a PF, autoridades policiais dos Estados Unidos apreenderam, em janeiro deste ano, em Miami, uma quantidade expressiva de armas e acessórios bélicos que estavam prestes a ser enviados clandestinamente ao Brasil.
Entre os itens apreendidos estavam 261 carregadores de alta capacidade, utilizados por milicianos e traficantes para exercer controle territorial, além de 88 acessórios conhecidos como Kit Roni, que permitem transformar armas semiautomáticas em automáticas ou que disparam rajadas de tiros.
As investigações também revelaram que a quadrilha contratou uma empresa do ramo de efeitos cinematográficos para armazenar clandestinamente as armas, utilizando a justificativa de que se tratavam de materiais não letais destinados a espetáculos pirotécnicos, com o intuito de evitar suspeitas sobre a atividade criminosa.
Mandados de busca e apreensão
Os policiais federais cumpriram seis mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Federal Criminal no Rio de Janeiro, em endereços residenciais dos suspeitos localizados nas cidades do Rio de Janeiro, Curitiba e Maringá, no Paraná.
De acordo com a PF, os investigados poderão responder pelos crimes de tráfico internacional e comércio clandestino de armas de fogo e acessórios, além do crime de associação criminosa. Se condenados, poderão enfrentar uma pena de até 31 anos de reclusão.
A operação recebeu o nome de Ficção ou Realidade em referência à hipótese criminal investigada sobre a influência e dissimulação praticada pela empresa do ramo de efeitos cinematográficos no tráfico e comércio clandestino de armas de fogo.
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