PF intima Valdemar Costa Neto e ex-assessor de Bolsonaro
Presidente nacional do PL é apontado como membro do "núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral"
A Polícia Federal ouve nesta quinta-feira, 12, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-assessor de Jair Bolsonaro, coronel Marcelo Câmara.
Ambos estão sendo investigados no inquérito que apura suposto plano para manter o ex-presidente no cargo após sua derrota nas eleições de 2022.
No mês passado, os dois foram formalmente indiciados por crimes como tentativa de golpe, organização criminosa e ações contra o Estado democrático de direito.
O PL e as eleições
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, passou a ser investigado pela Polícia Federal após o partido questionar, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o resultado das urnas nas eleições de 2022.
Segundo a PF, o partido teria servido como peça-chave para financiar a disseminação de narrativas sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas, com o objetivo de dar respaldo às manifestações em frente a instalações militares.
Segundo a investigação da PF, o ‘ponto máximo’ da disseminação de notícias falas pelo PL ocorreu em 22 de novembro de 2022, quando o partido do ex-presidente, o Republicanos e o Progressistas apresentaram uma ação para anular votos de determinadas urnas usadas no pleito.
A PF afirma que, embora a iniciativa fosse formalmente da coligação, Valdemar era o grande articulador por trás dessas alegações.
O papel de Valdemar
Ainda de acordo com os investigadores, Costa Neto desempenhou papel crucial dentro do chamado “núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral”.
Ele teria financiado, divulgado e dado credibilidade à ação judicial que respaldava estudos técnicos elaborados por uma rede de especialistas, cujo objetivo era “provar” fraudes na eleição presidencial.
O antigo comitê de campanha de Jair Bolsonaro, alugado pelo PL, também foi citado no inquérito. Segundo a PF, o local, apelidado de “QG do golpe”, foi frequentado após o segundo turno por apoiadores do ex-presidente, favoráveis a uma intervenção militar para mantê-lo no poder.
Valdemar foi preso em flagrante durante uma das operações da PF por posse ilegal de arma e pela posse de uma pepita de ouro sem origem declarada, configurando usurpação de bens da União.
Marcelo Câmara
O coronel Marcelo Câmara está sob suspeita de ter monitorado clandestinamente o ministro Alexandre de Moraes. De acordo com a PF, Câmara trocou mensagens com o tenente-coronel Mauro Cid detalhando itinerários de voo que coincidiam com deslocamentos feitos por Moraes em dezembro de 2022.
A defesa de Câmara, representada pelo advogado Eduardo Kuntz, sustenta que o militar sempre agiu dentro da legalidade e com métodos apropriados.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (2)
Armando Nuno De Fiúza Lopes
11.12.2024 20:20A única forma de não haver dúvidas na cabeça das pessoas é a impressão dos votos para contagem posterior. Como aliás na maioria dos países democráticos.
Angelo Sanchez
11.12.2024 20:16Qual o problema de duvidar de urnas fechadas, uma verdadeira caixa preta, que vomita o total dos votos somente no final da votação e não registra o voto individual e impresso para futura conferência. Não dá pra crer na honestidade da urna eletrônica, enquanto, não registrar o voto impresso.