PF desmantela rede de lavagem de dinheiro protegida por policiais na Bahia
Descubra a Operação Hybris: ação da PF contra lavagem de dinheiro e crime organizado na Bahia, com policiais envolvidos.
A Polícia Federal (PF), em uma ação coordenada com diversas esferas de força de segurança, iniciou nesta terça-feira a Operação Hybris. O foco da operação é desmantelar uma rede criminosa suspeita de lavagem de dinheiro oriundo de atividades ilícitas como jogo do bicho, agiotagem e extorsão. Este esquema operava principalmente em Feira de Santana, uma cidade significativa no interior da Bahia, e se estendia pelos arredores.
Uma particularidade preocupante desta operação é o envolvimento de membros da Polícia Militar com o grupo criminoso. Cinco policiais militares, incluindo um tenente-coronel, foram afastados de suas funções. Estes indivíduos são suspeitos de constituir o braço armado da organização, protegendo suas operações ilegais e contribuindo para a ocultação e dissimulação de bens e valores adquiridos através de meios criminosos.
Como foi a atuação da Polícia Federal na operação?
A operação, que contou com o auxílio da Receita Federal, Ministério Público Estadual, Força Correcional Integrada e Corregedoria da Polícia Militar, mobilizou cerca de 200 policiais federais e estaduais. Além do imenso efetivo, 13 Auditores Fiscais e Analistas Tributários da Receita Federal foram escalados. No decorrer da operação, diversos mandados foram executados: um de prisão preventiva e outros 17 de busca e apreensão, com um bloqueio aproximado de R$ 4 milhões em contas bancárias ligadas aos suspeitos.
Qual o impacto da operação Hybris no cenário criminal baiano?
Para além da suspensão das funções públicas dos cinco policiais militares envolvidos, a operação também determinou a suspensão de atividades econômicas de uma empresa, sob a autoridade decisória da 1ª Vara Criminal de Feira de Santana. Este movimento desencadeou um forte golpe no crime organizado na região, cujas ramificações financeiras e operacionais se estendiam por vastas áreas.
Existe uma conexão com operações anteriores?
Interessantemente, a Hybris é um desdobramento da operação El Patrón, ocorrida em dezembro do ano anterior. Essa operação anterior foi marcante, resultando na execução de dez mandados de prisão preventiva e 33 de busca e apreensão. Além do mais, houve um bloqueio de ativos financeiros significantes, ultrapassando R$200 milhões, além da apreensão de 26 propriedades entre urbanas e rurais e a suspensão de atividades econômicas de seis empresas. Um fato notório foi o benefício concedido a um dos investigados de prisão domiciliar, que, ao se aprofundar as investigações, foi revogado, resultando no seu retorno à prisão.
Um aspecto revelador da operação é o status de um dos líderes do esquema. Este, por possuir foro privilegiado, encontra-se em uma posição que normalmente garantiria um julgamento em instâncias superiores. Contudo, seguindo a jurisprudência estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2018, crimes cometidos antes da diplomação ou que não estejam vinculados ao exercício do cargo devem ser julgados pela justiça de primeiro grau.
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