Petistas abandonam Silvio Almeida
Os senadores Paulo Paim (PT-RS) e Fabiano Contarato (PT-ES) pediram investigações e se solidarizaram com Anielle Franco
Após o presidente Lula dizer que “alguém que pratica assédio não vai ficar no governo”, senadores da base governista começam a sinalizar um possível afastamento do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. A Procuradora da Mulher no Senado, Zenaide Maia (PSD-RN), e os senadores Paulo Paim (PT-RS) e Fabiano Contarato (PT-ES) pediram investigações e se posicionaram em favor da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Como mostramos, a ONG Me Too Brasil informou ter recebido denúncias contra Almeida sobre casos de assédio sexual. Uma das vítimas, segundo o Metrópoles, seria a própria ministra. Nesta sexta-feira, O Antagonista revelou com exclusividade que servidores foram coagidos a assinar um manifesto em defesa do ministro, o que se configuraria assédio moral.
Paulo Paim adotou um tom cauteloso ao não mencionar diretamente o nome de Almeida, mas ressaltou que “toda forma de violência precisa ser punida, independente de quem a pratique”.
Por sua vez, Fabiano Contarato classificou as acusações contra o ministro como “sérias” e criticou a pressão para que Anielle Franco se manifeste sobre o assunto o quanto antes: “Pressionar uma vítima a falar sobre o episódio de assédio, publicamente, é violentá-la mais uma vez”.
A Procuradoria da Mulher no Senado, liderada por Zenaide Maia, que integra a base governista, cobrou uma investigação “com rigor e celeridade” sobre as denúncias de assédio moral e sexual envolvendo Silvio Almeida, garantindo o direito à ampla defesa.
Em nota, Zenaide Maia enfatizou que “nenhum tipo de violência contra a mulher pode ser tolerado”.
O presidente Lula teve uma reunião, ainda nesta sexta-feira, com Anielle Franco em que ela confirmou as denúncias de assédio. Silvio Almeida está nesse momento em conversa com o presidente no Palácio do Planalto. Diante da repercussão do caso, foi convocada uma reunião extraordinária da Comissão de Ética Pública da Presidência da República para analisar as acusações contra o ministro.
Como também revelamos, Almeida levantou mensagens, prints de conversas e vídeos para tentar se defender das denúncias. A sua linha de argumentação será na linha de que ele foi alvo de um fogo amigo dentro do ministério, desencadeado por integrantes da Esplanada como Alexandre Padilha e servidores que chegaram à pasta durante a gestão Damares Alves.
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