Pesquisa mostra avanços promissores no campo da restauração florestal
Apesar do destaque crescente do tema da restauração florestal, uma das principais dificuldades é a carência de dados sobre o crescimento das espécies e da totalidade de áreas recuperadas.
Uma pesquisa recente publicada na revista científica Perspectives in Ecology and Conservation trouxe importantes avanços para a área de restauração florestal.
Os estudos revelaram que a aplicação de métodos silviculturais em projetos de restauração em larga escala pode aumentar a produtividade e rentabilidade do setor, potencialmente beneficiando a indústria madeireira e diminuindo a pressão sobre biomas naturais, como a Amazônia.
Restauração florestal e a necessidade de dados
Apesar do destaque crescente do tema da restauração florestal, uma das principais dificuldades é a carência de dados sobre o crescimento das espécies e da totalidade de áreas recuperadas.
É neste contexto que a pesquisa atual se insere, trazendo informações valiosas e contribuindo para o avanço da área.
A importância de critérios específicos para a pesquisa da restauração florestal
Os pesquisadores do estudo apontaram que, para alcançar alta produtividade, as cadeias de valor da restauração devem adotar critérios específicos como:
- Escolher uma combinação de espécies nativas;
- Estabelecer modelos de crescimento das árvores que facilitem a criação de planos de manejo e colheita
- Desenvolver pesquisas e inovações para melhorar os tratamentos silviculturais.
Avanços na pesquisa de restauração florestal
Liderado pelo engenheiro florestal Pedro Medrado Krainovic, o estudo criou um modelo que projeta o tempo de crescimento de espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica até atingir a “maturidade” necessária para suprir a indústria madeireira.
Tal método resultou em uma redução de 25% no tempo de colheita e um aumento de 38% na área basal das árvores, antecipando em média 13 anos na idade ideal de corte.
Viabilizando a Floresta
Os achados desta pesquisa podem auxiliar na viabilização da restauração florestal em larga escala, tornando-a mais atrativa para proprietários de terras e alinhada aos acordos globais de combate às mudanças climáticas.
O trabalho foi executado no Laboratório de Silvicultura Tropical (Lastrop) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, vinculada à Universidade de São Paulo (Esalq-USP).
Desafios e oportunidades para a Mata Atlântica
Apesar de ser um dos biomas mais desmatados do Brasil, a Mata Atlântica vem conseguindo conquistar avanços significantes na restauração, com uma queda de 42% no desmatamento entre janeiro e maio de 2023 em comparação com 2022.
Dessa forma, a pesquisa atual pode contribuir ainda mais nesse sentido, abrindo portas para a restauração florestal orientada para a finalidade econômica, atendendo a múltiplos objetivos e devolvendo serviços ecossistêmicos a determinadas áreas.
Em um cenário de crescentes mudanças climáticas e perda de biodiversidade, a pesquisa representa um importante passo na direção de uma restauração florestal mais produtiva e sustentável.
Além disso, sinaliza um caminho para a criação de soluções viáveis para que a exploração da indústria madeireira ocorra de forma mais compatível com a conservação da nossa biodiversidade.
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