Durante uma visita a Lisboa, o Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, falou sobre a possível expansão do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Portugal.

O PCC, uma das maiores organizações criminosas do Brasil, pode ter se estabelecido em território português, segundo o ministro.

“É possível que alguns membros de facções criminosas tenham vindo para Portugal, até pela facilidade da língua e pelo tradicional acolhimento que Portugal dá aos brasileiros, e que é recíproco, isso pode eventualmente ter facilitado“, afirmou o ministro após um encontro na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Segundo reportagem do O Globo, Lewandowski destacou a colaboração contínua entre a Polícia Federal brasileira e as autoridades portuguesas para enfrentar não apenas a possível presença do PCC, mas também o tráfico de drogas, ressaltando que o Brasil é frequentemente utilizado como corredor por outros países da América do Sul, apesar de não ser um produtor significativo de drogas.

PCC na Europa

Como já reportado pelo Portugal Giro, indivíduos associados ao PCC têm lucrado com golpes milionários em Portugal. Além disso, a polícia portuguesa está investigando a infiltração de facções criminosas no consulado brasileiro no Rio de Janeiro, onde centenas de processos administrativos estão sob suspeita de fraude. Estima-se que aproximadamente 30 pessoas tenham viajado para Portugal utilizando esquemas fraudulentos facilitados por estes consulados.

Durante sua estadia em Lisboa, Lewandowski discutiu a questão da expansão do crime organizado com a Ministra da Justiça, Rita Júdice, e com a Ministra da Administração Interna, Margarida Blasco.

Na semana anterior, o tema também foi central nas reuniões entre Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal brasileira, e Luís Neves, diretor nacional da Polícia Judiciária portuguesa.

Exportação de cocaína

A exportação de cocaína é a atividade mais rentável para o PCC. A droga é proveniente principalmente da Colômbia, sendo transportada por rodovias e hidrovias até chegar a portos e aeroportos, onde é enviada para outros continentes.

Quando o PCC consegue fazer com que a droga chegue a países da Europa ou do Oriente Médio, seus lucros podem ser multiplicados em até quinze vezes.

O mapeamento realizado pelas autoridades indica que a maior parte da droga entra no Brasil através dos estados do Acre ou Rondônia. O destino prioritário é São Paulo, devido à infraestrutura das rodovias locais e à capacidade do estado de escoar a droga para o exterior.