Para onde foram as emendas de Chiquinho Brazão?
O deputado acusado de mandar matar Marielle destinou 7 milhões de reais em emendas e planejava mandar outros 3,5 milhões de reais para ONGs que estão na mira da PF
Acusado de ser um dos mandantes dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) destinou 7 milhões de reais em emendas parlamentares e planejava mandar outros 3,5 milhões de reais para entidades que estão na mira da Polícia Federal.
Segundo O Globo, o montante de 7 milhões de reais foi direcionado à ONG Instituto Carioca de Atividades (ICA), responsável pela gestão da Vila Olímpica Professor Manoel José Gomes Tubino, centro esportivo vizinho aos loteamentos oferecidos a Ronnie Lessa e ao ex-PM Edimilson de Oliveira, o Macalé, assassinado em 2021, como pagamento pela morte da vereadora.
Chiquinho Brazão também apresentou propostas para encaminhar emendas às ONGs Contato e Instituto de Formação Profissional José Carlos Procópio (Ifop), que receberiam, com verbas do Ministério das Mulheres, 1,5 milhão e 2 milhões de reais, respectivamente.
PF pede autorização a Moraes para investigar emendas
A PF solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na quinta-feira, 23, a abertura de um inquérito para investigar “indícios veementes da suposta destinação de verbas oriundas de emendas parlamentares” destinadas a ONGs do Rio de Janeiro.
Além de Chiquinho Brazão, o deputado Pedro Augusto (PP-RJ) também é suspeito de utilizar a prerrogativa parlamentar “para fins de obtenção de vantagens indevidas”.
Suspeita sobre o envolvimento de Domingos Brazão
Mensagens interceptadas pela PF mostram que Robson Calixto da Fonseca, o Peixe, assessor de Domingos Brazão, irmão de Chiquinho, no Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) articulou a distribuição de emendas parlamentares junto a Wendre Angelim Dias, assessor do parlamentar fluminense, e a representantes das ONGs.
Em novembro de 2023, Wendre cobrou Peixe uma definição sobre 4 milhões de reais em emendas parlamentares que seriam destinadas pelo parlamentar.
“Depreende-se, portanto, que o chefe a que Peixe faz menção é Domingos Brazão e não Chiquinho, visto que este também estava a esperar a definição”, afirmou a PF em relatório encaminhado ao STF.
Apesar do envolvimento dos irmãos Brazão, os delegados responsáveis pelo caso não relacionam as ONGs suspeitas à morte de Marielle Franco e Anderson Gomes.
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