Pagamento de caixa 2 da Odebrecht a Alckmin ‘garantia êxito nas licitações’, diz MP
Na denúncia do Ministério Público de SP a Geraldo Alckmin --documento obtido por O Antagonista--, os promotores sustentam que o pagamento de caixa 2 para as campanhas do ex-governador em 2010 e 2014 era "imprescindível" para garantir "êxito nas licitações futuras e/ou manutenção de contratos"...
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Na denúncia do Ministério Público de SP a Geraldo Alckmin –documento obtido por O Antagonista–, os promotores sustentam que o pagamento de caixa 2 para as campanhas do ex-governador em 2010 e 2014 era “imprescindível” para garantir “êxito nas licitações futuras e/ou manutenção de contratos”.
No documento, os promotores argumentam que os pagamentos estavam “inseridos no contexto das relações de interesse do Grupo ODEBRECHT no Estado de São Paulo, em manter e ampliar as suas relações contratuais com o Poder Executivo estadual, notadamente pelo fato de ter participado de práticas anticompetitivas com outras empresas desde 2002”.
O PSDB estava no governo de SP desde 1995, com a eleição de Mário Covas. Depois, passou pelas gestões de José Serra e Alberto Goldman até a eleição de Alckmin em 2010.
Segundo o Ministério Público, a Odebrecht não podia fazer doações à campanha do tucano em 2010 e 2014, porque a empreiteira controlava a concessionária que administrava a Rodovia Dom Pedro I e também porque participou do consórcio da linha 6 do Metrô.
Mesmo assim, para manter a influência no governo, a Odebrecht teria repassado R$ 2 milhões para a campanha de 2010 e R$ 9,3 milhões em 2014 –valores não contabilizados na prestação de contas de Alckmin.
“Com efeito, o esquema delituoso construído pela organização criminosa estruturada a partir do Grupo ODEBRECHT, possuía a finalidade pré-constituída de potencializar os ganhos ilícitos, de maneira que a cooptação de agentes públicos, em particular detentores ou pretendentes ao exercício de mandato eletivo, constituía uma das imprescindíveis peças da engrenagem delituosa para a garantia de êxito nas licitações futuras e/ou manutenção de contratos.”
Os promotores acrescentam:
“Ha uma correlação lógica e objetivamente racional entre a solicitação, o recebimento e o pagamento da vantagem indevida para GERALDO JOSÉ RODRIGUES ALCKMIN FILHO em 2010 e 2014, tendo em vista os benefícios econômicos já auferidos e ainda por auferir, pelo Grupo ODEBRECHT, que participou de esquema de cartel no Estado de São Paulo, seja nas obras do Rodoanel, seja nas obras do sistema metro-ferroviário.”
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